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Herdeiros da Traição

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Herdeiros da Traição Empty Herdeiros da Traição

Mensagem por Ragna Ter Ago 02, 2016 1:59 pm

Sinopse




Os humanos, que há tanto tempo povoaram as terras, sempre conviveram com necessidades para viverem em harmonia, não só por causas próprias mas também por mutualidade, pois eles nunca estavam sozinhos.Junto aos mortais humanos, existiam criaturas de várias outras raças, as quais algumas eram hostis pela aparência e perfil de cada uma das outras raças.Para se manterem fortes perante as forças hostis, os humanos foram em busca de prosperidade e força.Muitos anos depois, os humanos criaram sociedades prósperas e se tornaram mais fortes, subjugando os monstros que antes os aterrorizavam.Mas a ambição humana era quase sem limites, por isso vários tomaram a iniciativa de se aventurarem pelo mundo, em busca de poder, riquezas e resolver mistérios. 
Mas os aventureiros, os quais eram chamados essas pessoas, tinham de ser fortes para derrotar os monstros que ficavam em seu caminho.Existia uma raça deles, considerada a mais perversa, que era a mais temida e combatida:Demônios.Seres malignos feitos de pura escuridão.Eram movidos pela vontade do mal, inimigos dos Anjos e Deuses os quais os humanos veneravam.Eras atrás, houve uma guerra entre essas raças, de um lado, a Luz, composta pelos humanos e anjos, e do outro, os próprios demônios comandados pelos seus superiores.Os humanos venceram com a ajuda essencial dos anjos, os quais eles não sabiam ao certo quem enviou, então várias religiões surgiram diante disso para explicar esse evento, desde politeístas até monoteístas.Além da religião, a cultura entre os povos humanos levou a separação deles após a guerra vencida.Alguns se isolaram, outros se mantiveram firme e formaram nações com seus próprios princípios. 
Existem atualmente quatro grandes nações, os quais três mantém relações diplomáticas, enquanto uma se manteve em silêncio, portanto as outras mal sabiam de sua existência, o que não duraria muito, graças aos aventureiros.As três nações que mantinham harmonia apesar das diferenças eram:O Reino de Rune-Midgard, conhecido pela sua diplomacia, exército poderoso e perito em magia.O Sacro-Império de Arunafeltz, rico e próspero, além de fortemente religioso.A República de Schwartzvald, poderosos sábios e conhecedores da tecnologia, que facilitou seu crescimento. As três nações já passaram por várias fases de guerra e paz, atualmente permanecem estáveis, em busca de manter a vida de seus povos.O que nenhuma delas sabia, é que em seu meio, havia alguém desconhecido para eles, alguém da quarta nação, o qual se manteve em silêncio até agora.Esse alguém, visitante que nem se lembrava de onde veio, mal sabiam, estava naquelas terras áridas banhadas pelo sol forte, em Morroc, pois um grande destino cairia para "ele" que mudaria toda a história dos humanos que cercavam esse pedaço do mundo.Será que "ele" é um humano como os outros?Não se sabe, mas "ele" sabia que queria viver como um aventureiro para descobrir suas origens.
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Mensagem por Ragna Ter Ago 02, 2016 2:01 pm

Capítulo I - O Império do Norte e o demônio branco


3E 145   6:30 AM
Era uma manhã agradável, pelo menos para o clima árido e quente que sempre fazia em uma cidade no meio do deserto, como Morroc. O sol ainda estava se levantando e os ventos circulavam de forma serena enquanto os cidadãos acordavam e já iam cedo para a correria do dia. Morroc na verdade não estava nos melhores dias, pois foi destruída há alguns anos por um Demônio poderoso que estava selado em seu subterrâneo. Recentemente, um clã de aventureiros junto à Guarda Continental conseguiu destruir o monstro, que deixou um portal para sua dimensão, o qual está sendo explorado por uma expedição formada pelas três nações. Morroc se localiza em uma região remota de Rune-Midgard, um pouco distante de sua capital, Prontera, mas ainda assim, cheia de aventureiros e voluntários que buscam reconstruir a cidade das cinzas daqueles dias que pareciam pesadelos.
Lá também possui uma má fama, por ser um local controlado por gatunos, arruaceiros e mercenários, que por mais que protegessem as pessoas que lá moram, são mal vistos pelos cavaleiros e pela Guarda Real. Ambas as guildas estavam presente para manter a ordem no local, o que dificultava a atividade das outras organizações. Porém havia pelo menos um lugar intocado pelos cavaleiros, o qual ainda haviam “atividades”. Uma, aparentemente, pequena casa localizada perto das muralhas, onde um gatuno vigiava a entrada para que intrometidos não entrassem.
De repente, uma figura não muito familiar naquela região se aproxima do gatuno. Ele vestia apenas um sobretudo branco com uns símbolos escrito em preto e um capuz cobria seu rosto, tinha uma fita ensanguentada amarrada em sua cintura, e logo abaixo vestia uma calça preta e botas enfaixadas, típicas de um assassino. Embaixo de sua roupa escondia sua lâmina, uma adaga que parecia incomum e letal. Quem o visse realmente pensaria que era um assassino.
Ele se aproximou do gatuno, que parecia ser bem jovem, provavelmente um recruta da guilda dos ladrões, pensou ele. Então, o gatuno o olhou de baixo para cima e perguntou:
-O que você quer aqui? Você não me parece ninguém de nenhuma guilda.
O rapaz olhou para ele nos olhos e apenas levantou um pouco o seu capuz para que ele olhasse os olhos dele também. Então o gatuno disse:
-ah...é você então, não é? Entre, estão te aguardando lá embaixo.
Ao dizer isso, o jovem gatuno procurou não encarar o homem que entrava na pequena casa, talvez por medo ou por respeito. Ao entrar lá, tudo que ele viu foi uma escadaria que levava para um subterrâneo, o qual desceu até o fim, então abriu uma porta no final, e deu de cara com uma espécie de bar. Então olhou em volta, procurando alguém, até que viu um rapaz com uma manta escura e placa de ossos na roupa, uma fita vermelha em volta do pescoço e seu cabelo branco, bebendo um vinho suave. O rapaz de branco se aproximou dele e sentou ao seu lado no balcão, esperou alguns segundos e olhou nos olhos dele, reconhecendo um algoz. O algoz olhou de volta com seus olhos vermelhos para os olhos azuis-claros do rapaz de branco e o encarou por alguns segundos quando ficou surpreso e disse:
-Yuri! Há quanto tempo, amigo?
Então o rapaz de branco tirou seu capuz, revelando seu rosto com uma pele muito clara e um cabelo negro meio jogado para cima e deu um sorriso para o algoz e respondeu:
-Hissen! Tempo o suficiente para vê-lo se tornar o grande algoz, hahaha!
Então eles se abraçaram, pediram uma bebida e começaram a conversar:
-Então, soube que foi promovido na guilda dos mercenários. –Disse Yuri já sem sorriso mas com tom de felicidade pelo amigo.
-Sim, eles colocaram-me para missões mais difíceis e também já comando um esquadrão de mercenários, e também ajudo nos treinamentos. - Disse Hissen, empolgado de contar isso como uma grande conquista. - Mas e você? O que o traz de volta a Morroc depois de tanto tempo? Você tem aparecido pouco desde que deixou a guilda.
Yuri deu um gole no copo de vinho e se virou para dizer:
-Bem, para rever meus amigos.
-Mas tem mais do que isso, não é mesmo?
-Bem...
-Eu ainda te conheço bem, Yuri, pode falar...
-Hissen, eu realmente estou feliz em vê-lo de novo, mas realmente, é mais que rostos familiares que me trazem de volta pra cá. - Disse ele e tomou mais um gole do vinho.
Hissen então abriu um pequeno sorriso e disse:
-Pode falar, eu te ajudo, do que você precisa?
-Informações. - Disse Yuri de forma direta.
-Sobre o Império do Norte?
-Sim, como sabe?
-Novamente digo, eu ainda te conheço bem, Yuri. Você está há um bom tempo procurando por eles, pois de acordo com o suas lembranças, você veio de lá.
-Exatamente, Hissen. -Yuri pausou a fala e pediu outra bebida. –Eu soube que finalmente está havendo o contato do Reino com o Império.
-E imagino que você queira saber como chegar até lá, não é?
-Sim.
-Pois bem, eu tenho essas informações de alguns espiões. Eu passarei elas pra você, de graça, por ser meu amigo, mas você não ouviu essas informações de mim.
-Obrigado. Então, primeiro me diga um pouco mais sobre a fronteira dos locais.
Hissen começou a pensar um pouco, em silêncio, enquanto tomava mais um gole, então depois de alguns minutos se virou de volta para Yuri e disse:
-O império faz fronteira com a República e com o Sacro-Império, mas atualmente você só poderá entrar por um deles, e lhe digo que você terá de ir para Arunafeltz, partindo da capital, Rachel, e atravessar a caverna de gelo.
-Mas Schwartzvald tem planos de criar alguma rota para atravessar a fronteira? –Perguntou Yuri.
-Há boatos que eles fizeram um acordo com a capital do Império, de criar uma linha férrea de Einbroch, que já possui um trem, até lá. Eu ouvi isso enquanto fazia uma missão na capital da república, Juno. Mas pelo que disseram, ainda não foi confirmado, e também, demoraria para se construir a ferrovia, pois eles teria de achar um caminho que corte aquelas montanhas que ligam as fronteiras.
-Entendo, então terei de seguir o plano mais difícil. –Disse Yuri desapontado.
-Então você vai partir hoje mesmo?
-Sim, desculpe não ficar muito, os mercenários são bem hostis comigo nesse lugar. –Yuri já foi se levantando quando Hissen o segurou no braço e disse:
-Espere. Antes de ir tenho algo a dizer. Por mais que os mercenários não reconheçam, saiba que eu e os demais cidadãos de Morroc somos gratos ao que você fez por todos nós, e você sempre será um herói para nós. Principalmente para mim, pois você é meu mestre. Você matou o Demônio que destruiu a cidade, você trouxe esperança para eles, então não deixem mais que os mercenários fiquem te chamando de ‘aberração’ ou de ‘Demônio Branco’. E eu confio que você jamais trairia a guilda, você era o nosso líder, você era o ‘Sicário’!
Yuri puxou seu braço para si mesmo e olhou bravo para Hissen dizendo:
-Quantas vezes eu tenho que dizer? Não me chame de mestre! –Esbravejou ele.
-Mas foi você quem me ensinou tudo sobre ser um assassino, graças a você que eu me tornei o que sou hoje. –Respondeu Hissen.
Yuri respirou fundo e se acalmou, virou-se para o amigo e começou a falar:
-Hissen, é verdade que eu não traí a guilda, mas seja lá quem o fez, fez para me culpar, e não posso ter raiva dos assassinos de não confiarem em mim, afinal olhe para mim. Eu tenho 48 anos de idade, mas desde os 25, eu não envelheci nenhuma célula de meu corpo. Eu realmente não acho que sou humano, por isso é certo de eles não confiarem em mim. Quem confiaria em um ser imortal?
-Pois pra mim você ainda parece um humano, só sua aparência que é meio...diferente.
-Ah, tem isso também. Ninguém em nenhuma das três nações nasceu com essa aparência esquisita. Olhos azuis podem até ter, mas não tão azuis como os meus. Essa cor muita clara de minha pele e essa cor muita escura do meu cabelo também não existem. Por isso quero descobrir minhas origens. Tudo que reuni de informações apontam para o Império, que se manteve em silêncio por milênios e só escolheu fazer contato 2 anos atrás. Por isso é importantíssimo eu ir para lá.
Hissen se manteve em silêncio olhando de forma preocupada para Yuri que esperava ver o que o amigo ia dizer. Então ele começou a falar bem devagar:
-Eu entendo o seu lado, mas...E a guilda? Não é mais a sua família? E a Yoshino?
-Infelizmente não, Hissen. A guilda se tornou apenas um passado. Yoshino não merece um ser estranho como eu, por isso quero que você cuide dela por mim.
-Você ainda ama ela?
-Claro que sim, Hissen. Mas não sinto que posso ficar perto dela, então ajude ela com a guilda. Ela se tornou uma algoz também, não é mesmo?
-Sim, Yuri, ela é uma ótima assassina, tanto eu quanto ela tivemos um bom mestre.
Yuri deu um pequeno sorriso e disse:
-humpf, logo vocês vão me superar, são bem jovens.
Hissen sorriu de volta e disse:
-Mas você também é bem jovem.
Então Yuri começou a caminhar para saída e quando chegou na porta, virou-se uma última vez para seu amigo e disse:
-Só na aparência, Hissen... Só na aparência...
E então saiu pela porta.
 
 
Fim do capítulo I
Dados dos personagens:
Yuri
Idade:48 anos (aparência de 25)
Nacionalidade:???
Classe:???
Aparência: Olhos azuis-claros, cabelo moreno médio, pele muito branca, magro, altura média, usa um sobretudo aberto, branco, misturado a uma calça de assassino por baixo e botas. Esconde sua arma embaixo do sobretudo.
Hissen
Idade:23 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Morroc
Classe: Algoz
Aparência: Olhos vermelhos, cabelo branco curto, pele neutra, magro, altura média, usa um manto negro com placas de ossos como armadura. Mantém um par de katares em seus braços e adagas na cintura.
Yoshino
Idade:20 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Prontera
Classe: Algoz
Aparência:???
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Mensagem por Ragna Ter Ago 02, 2016 2:02 pm

Capítulo II - Betrayal, a lâmina da traição


3E 145   7:42
Yuri estava subindo as escadas que voltavam à superfície do lugar onde encontrou Hissen, quando começou a ter lembranças do seu passado, quando era o líder dos assassinos. Ele não havia chegado no topo sozinho, ele tinha uma parceira o qual sempre contou para as missões mais difíceis: Yoshino, o qual se envolveu amorosamente depois, e quando deixou a guilda, nunca mais a viu, mas ela estava sempre nos seus pensamentos. Ele não queria que ela tivesse que conviver com alguém tão incomum como ele, pois estava claro que não era humano. Os primeiros sinais disso se deram na infância, o qual ele percebeu que não sentia fome, nem sede, nem mesmo alguma necessidade física. Aos 30 anos percebeu que não estava envelhecendo, mas o que mais o denunciava de sua origem era seu poder obscuro que aprimorava muito sua força e agilidade: esse também foi um importante fator para ele ter se tornado um Sícario em poucos anos. Yuri nunca se lembrou de onde veio, mas tem poucas lembranças graças à sua lâmina curta que sempre esteve com ele desde o começo de suas lembranças: Betrayal, a lâmina da traição.
            Ele sempre ouvia esse nome sendo falado em seu ouvido quando ficava olhando demais para a adaga, por isso lhe deu esse nome. Não sabia de onde ela vinha, mas tinha certeza de que não era comum, e portanto veio do mesmo lugar o qual ele nasceu. Retornando a realidade, Yuri já estava na saída da taverna secreta quando deu de cara com duas figuras estranhas, porém com vestimentas familiares: eram mercenários. Primeiramente olhou em volta e viu que o gatuno havia sumido dali, então retomou seu olhar aos indivíduos hostis diante dele. Um deles apontou sua adaga para Yuri e disse:
            -Então você estava aqui, demônio branco. Não sabe o quão contente o chefe vai ficar quando levarmos você até ele, ou melhor, levar seu corpo até ele. - e cuspiu no chão.
            O outro deu um passo à frente e completou o que seu parceiro disse:
            -Sim, Kegh conta conosco, ele separou um esquadrão somente para buscá-lo, seja vivo ou morto...Nós queremos leva-lo morto...nada pessoal, é porque assim acho que ganharíamos mais respeito, sabe? Ninguém foi capaz de matá-lo até hoje.
            Yuri deu um sorriso irônico e disse:
            -Estou lisonjeado, não esperava que Kegh iria ser tão imbecil o suficiente de mandar recrutas fazer o trabalho sujo que ele mesmo começou, ao invés de ele mesmo vir atrás de mim. Um esquadrão pra me matar? Nossa, assim fico emocionado. – riu mais ainda.
            -RECRUTAS??? Você vai pagar caro pelo que disse, demônio branco! –esbravejou o primeiro que permanecia com a adaga apontada para Yuri.
            -Isso mesmo. E você não tem o direito de insultar Kegh, ele nunca nos trairia, como você fez! –completou o outro mercenário, e mostrou sua katar, pronto para o ataque.
-Não vou nem perder meu tempo explicando nada para vocês...-Disse Yuri, colocando sua mão direita para dentro do sobretudo, ameaçando desembainhar sua adaga, quando um deles olha para aquela lâmina e diz:
-Olha! É a lâmina da traição! Kegh nos falou sobre ela, temos que ter muito cuidado, esse cara é capaz de matar com apenas um corte dela!
-Verdade! Ela é incomum, mas sabemos que ela é poderosa, uma arma de um demônio, por isso tem ele como dono. –completou novamente o segundo mercenário.
Yuri viu a expressão de medo nos dois, então sorriu maliciosamente e retirou a mão da adaga e mostrou as mãos vazias dizendo:
-Pois bem, se é assim, não vou utilizar a adaga, acho que seria pesado demais pra vocês.
-Não nos subestime, Thanatos! –Dessa vez chamou pelo seu apelido na guilda, que recebeu depois de matar o Cavaleiro Negro que possuía esse nome em sua própria torre, junto a seu esquadrão de algozes. Parece que Kegh contou bastante sobre Yuri para aqueles dois.
O mercenário com a katar se posicionou em modo de luta e falou:
-você pode ser considerado um ceifeiro, mas nós te mataremos, e traremos honra à nossa guilda!
Yuri sorriu mais ainda e respondeu:
-Hahahaha! Ceifeiro! Gostei do título, pode considerar essa, então, minha classe atualmente.
-Argh! Maldito! Morra de uma vez! - avançou o primeiro mercenário, com sua adaga na reta do coração de Yuri que segurou sua mão e rapidamente retirou a adaga e encravou no ombro, que jorrou sangue até sujar a areia o qual estavam pisando sobre. Yuri ainda deu um chute na cara dele, que o forçou a recuar e manter sua mão esquerda na ferida do ombro direito, sentindo muita dor. Yuri percebeu algo naquele corte e falou:
-Veneno, é? Humpf, nem mesmo veneno mortal pode me matar, quanto mais esse veneno fraco que usam. Até mesmo você sobrevive a esse veneno fraco, mas deixe me ajudar a cumprir com o que você tentou me fazer- Disse isso e segurou o mercenário ferido pelo pescoço. O outro estava paralisado de medo, apenas observava com desespero a cena.
-Solte ele! - Gritou o mercenário, querendo atacar mas hesitando após ver a situação do seu parceiro.
Yuri apenas olhou para ele por um segundo, depois voltou a olhar o ferido que estava segurando, então uma lâmina, que parecia uma katar, porém menor, saiu de baixo da manga de seu sobretudo e perfurou o pescoço do mercenário que estava sendo segurado. Nisso ele o soltou e o outro mercenário viu algo muito estranho: Seu parceiro estava com um pequeno corte no pescoço, que sangrava pouco, mas então ele começou a se contorcer e caiu morto no chão.’ Como isso é possível?’ pensou ele.’ Será que ele usou um veneno? Mas que veneno é esse, que mata quase instantaneamente?’
Então Yuri olhou para ele percebeu que ele estava confuso com a cena anterior, se aproximou dele e disse:
-Não era um veneno mortal. Aquilo...era meu próprio sangue: Negro como um liquido nocivo, mais mortal que qualquer veneno.
-Cala a boca e morra! - Disse o mercenário que em desespero avançou com sua katar encima de yuri que apenas liberou a lâmina escondida na outra mão e com as duas bloqueou e num movimento quebrou a katar do mercenário. Nisso ele se ajoelhou em completo e medo e começou a tremer. Yuri o olhou com desprezo e recolheu uma de suas lâminas, mantendo a outra na mão direita e falou:
-Viu? Vocês não eram dignos de ver o que minha Betrayal faz. Eu os derrotei apenas com minhas katares ocultas.
-Você...vai me matar? –perguntou o mercenário, ajoelhado e de cabeça baixa, como se já tivesse aceitando seu destino.
-Isso só depende de você...- Disse Yuri, que apanhou a mão do mercenário e fez um pequeno furo com sua lâmina, tão pequeno quanto uma agulhada. Então recolheu a katar oculta e disse ao mercenário:
-Usei uma dose menor em você, então não morrerá agora. Ouça: você talvez, eu disse TALVEZ, possa se curar desse veneno: ele te matará em 1 hora, e Kegh sabe o antidoto. Então quero que você volte até ele e mande o recado:” A ascensão dos ceifeiros começará em breve”.
O mercenário respirou fundo, então subiu mais desespero à sua cabeça, quando se lembrou que em 1 hora vai morrer, então se levantou depressa e começou a correr para fora da cidade, pois levaria quase 1 hora para chegar até a guilda dos assassinos.
Yuri ficou olhando para a cena do pobre mercenário correndo, então veio a sua cabeça:’ Tolo, mesmo que chegue a tempo, Kegh não sabe de porra nenhuma de cura para meu sangue venenoso, mas ele vai saber que fui eu mesmo que mandei esse recado para ele.’
Então ele deu uma pequena olhada para trás e disse:
-Eles já eram, pode sair do seu esconderijo.
Então o mesmo gatuno de antes saiu de um buraco escondido perto dali, e se aproximou de Yuri:
-Nossa, você acabou com eles, Sr. Thanatos.
-Não me chame de “Sr. Thanatos”. Eles eram fracos, nem sequer perceberam sua presença. De qualquer modo, qual seu nome, jovem?
-Zoro.
-Você está ligado à guilda dos assassinos?
-Não, senhor, eu sou apenas um gatuno, não pretendo mudar meu hobby de “adquirir coisas”, por isso vou me filiar aos arruaceiros. Os mercenários apenas me pagam para vigiar essa taverna para eles. E Hissen me pagou para deixar você entrar, vejo que é um amigo dele.
-Tome cuidado com esses assassinos, Zoro, o líder deles, Kegh, é traiçoeiro, então seria melhor você não se envolver com eles, apesar de que Kegh não os treina bem, visto pela forma que lidei com aqueles dois.
-Pode deixar.
-Então vou partir...espere ai...você tem contato com os arruaceiros?
-Sim, eles aparecem na nossa guilda de vez em quando, por que?
-Eles tem alguma informação sobre o império, negociações ou algo do tipo?
-bem...sabe...é que meus bolsos estão um pouco vazios.
-Ora, não me enrole, garoto, você tá bem pago pelos mercenários e por Hissen. Mas toma, pegue esses 200 zenies e me diga logo.
-Obrigado, bom fazer negócios com você: Então, os renegados estabeleceram uma embaixada na capital do império, e estão realizando negociações com o sindicato dos desertores imperiais, que possuem uma vila na província de Spargus, uma ilha que parece essa região de Morroc, cheia de desertos. Aparentemente, os renegados estão pagando tributos para operarem dentro do império, e o que eles roubam lá está dando mais lucro que prejuízo, mas mesmo assim, eles querem tentar se vincular com os rebeldes de lá, para que possam um oferecer recursos e informação ao outro. Isso é tudo o que sei.
-Entendo. Então creio que essa embaixada será útil para minha causa.
-Está indo para a Cidade Imperial?
-Sim.
-Pois tenho péssimas notícias: O aeroplano em Izlude está em manutenção. Se você quer chegar em Rachel para então seguir para o Norte, você terá que ir para Juno, a pé.
-A pé, não. - Yuri deu um assovio e uma hiena com correntes eu uma coleira saiu de trás de uma casa e se aproximou dele. Ele montou nela e disse:
-Então é daqui que parto, até logo, garoto.
-Até logo, Yuri, um dia eu também irei para lá. Espero poder fazer mais negócios com você.
Fim do capítulo II
Personagens:
Yuri
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Nacionalidade:???
Classe: Ceifeiro
Aparência: Olhos azuis-claros, cabelo moreno médio, pele muito branca, magro, altura média, usa um sobretudo aberto, branco, misturado a uma calça de assassino por baixo e botas. Esconde sua arma embaixo do sobretudo.
Kegh
Idade:38 anos
Nacionalidade: Arunafeltz, Veins
Classe: Sicário
Aparência:???
Zoro
Idade:17 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Morroc
Classe: Gatuno
Aparência: Olhos castanhos, cabelo vermelho e curto, pele parda, baixo, utiliza vestimentas de gatuno, uma faixa cinza em volta do pescoço, e um óculos na cabeça. Carrega consigo uma adaga, arco e flechas.
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Mensagem por Ragna Ter Ago 02, 2016 2:03 pm

Capítulo III - O Mestre elemental e a cientista


3E 145 11:30
            O sol já estava quase no meio do céu, quando Yuri estava à horas de distância de seu antigo lar, que era Morroc. Embora não tenha nascido lá, suas memórias se iniciam quando foi “deixado” lá, mas não sabe como exatamente, quando era criança. Como não tinha ninguém para cuidar dele, cresceu como ladrão nas ruas, mas apenas roubava pelo seu prazer próprio: bebidas, mulheres e qualquer coisa que daria prazer a um homem comum. Viveu na luxúria até se tornar um assassino, quando sentiu um novo e incomum prazer: O medo, e o derramar de sangue de suas vítimas, ao cortá-las, seja com suas katares ocultas ou com sua fiel Betrayal. Mas não era apenas isso que ele tinha como habilidades.
            Montado em sua hiena grande, o qual lhe deu o nome de Kitara, Yuri subiu numa pedra no meio das árvores da floresta o qual estava e avistou uma torre em forma de espiral na distância, então deu comando para Kitara acelerar, mas ela não correspondeu muito como ele queria, pois estava exausta da viagem desde Morroc. Yuri olhou meio compreensivo para ela e disse:
            -Tudo bem, chegando lá você poderá descansar...
            Poucos minutos, ao sol de meio-dia e dez(precisamente), eles chegaram bem perto da torre, onde via-se uma cidade a sua volta. Yuri mandou a hiena parar e desceu, retirou uma pequena caixa de apontou para Kitara, que como uma magia foi absorvida pela caixa. Ele tinha à “guardado” em seu bolso e prosseguiu a pé, se aproximando da cidade e colocando o capuz para cobrir seu rosto do sol. Ao entrar na cidade, olhou para o alto da torre, respirou fundo e pensou: ’Geffen, cidade da magia. Fazia anos que eu não visitava essa cidade intrigante.’
            Ele caminhou até a área comercial onde vários mercadores, ferreiros, alquimistas e outros comerciantes montavam suas lojas oferecendo vários itens, alguns bem comuns, outros bem exóticos. Mas Yuri não estava ali para comprar nada então prosseguiu pela rua até chegar numa construção com um telhado meio redondo e um quadro cheio de papéis e do lado, uma maga. Ela ficou olhando mas não se manifestou ao vê-lo entrar pois ela já o conhecia. Ao entrar, foi direto para a prateleira de livros onde havia um mago que arrumava os livros. Ao se aproximar, o mago virou-se e olhou para Yuri dizendo:
            -O que você está fazendo aqui? Já dissemos tudo que podíamos, não temos mais informações. -Disse ele sério.
            Yuri ficou calado e retirou um livro escuro de dentro do sobretudo e mostrou para o mago. Ele o pegou e logo reconheceu o que estava em suas mãos.
            -Um Death Note? Por que está me mostrando isso? -Perguntou o mago confuso com aquilo.
            -Se vocês acreditam que sou um demônio, trouxe então algo dessa origem, achei que poderia ajuda-los na pesquisa disso. –Respondeu Yuri.
            -Entendo, mas você sabe que é a maior possibilidade, visto pelo seu poder, sua ausência de necessidades humanas. Mas a maior evidência é o exame sanguíneo. Não tem como estar errado, pois nossa análise é precisa, e também mandamos a amostra para Aldebaran para que os alquimistas analisassem do que é feito a amostra. Eles chegaram no mesmo resultado. Você possui sangue de origem demoníaca, mas não totalmente, o que pode ser a explicação de você não ter nem aparência, nem a natureza completa de um.
            -Então o que seria a outra metade? –Perguntou Yuri
            -Não tem como sabermos pela análise, mas podemos deduzir que seja humana mesmo.
            -Deduzir? Como deduziram isso?
            -Apenas pela sua aparência mesmo, apesar de ser diferente, ainda é bem humana.
            -Mas não possui parte humana no meu sangue?
            -Não, só vemos a parte de origem demoníaca, o resto é tanto quanto “vazio”.
            -Como assim?
            -É complicado. Se quiser, podemos aprofundar mais nisso, a guilda ficou bem interessada em estudar suas propriedades.
            -Entendo. Fique com esse livro então, como pagamento.
            -Não precisa pagar por isso, mas aceito o livro como ajuda pra nós. Depois eu tentarei decifra-lo. Por falar nisso, o que tem nesse livro?
            -A maioria das páginas possuem nomes, alguns eu reconheço, mas outras estão escritas em línguas desconhecidas, provavelmente um idioma de demônios.
            -Mas sabe, já ouvi falar desses livros, eles geralmente estão em posse de poderosos demônios, então onde você o encontrou?
            -Ele estava nas mãos de um demônio chamado Belzebu. Eu o matei.
            -Você não sente nada em matar os que provavelmente são da sua espécie?
            -Na verdade, eu sinto um estranho ódio por eles, realmente não entendo o porquê disso.
            -Isso mostra que você realmente quase não manifesta a natureza deles, apesar de certos hábitos que você possui.
            -De qualquer modo, ainda tenho que descobrir minha parte humana, então estou indo para o Norte.
            -Está indo para Cirod?
            -Cirod? Você quer dizer o Império?
            -O Império Cirod, também conhecido como Império do Norte, o qual se manteve em silêncio por mais de um milênio e agora está criando relações conosco? Sim, esse mesmo o qual falei agora.
            -Então você sabe o nome pois os magos já estão negociando, não é mesmo?
            -Exatamente, mas pelo visto você não tinha essa informação. Nossos superiores estão em uma reunião com a universidade arcana em Winterpoint, capital da província de Briton, área noroeste do Império. Mas você provavelmente está procurando a Cidade Imperial, localizada na província com o mesmo nome do Império, Cirod.
            -Você sabe demais sobre o império...tem mais alguma coisa que eu precise saber? –Perguntou Yuri
            -Não necessariamente, mas lhe direi um fato curioso: Todas as províncias do Império eram reinos separados, isso faz muitos séculos, mas pela mutualidade, se juntaram e formaram uma só nação. Bem, na verdade houve guerras, quando Cirod quis consolidar mais poder, então dominou os outros reinos, por isso o Império é comandado por essa província.
            -Você parece gostar muito de história.
            -Sim, eu estou escrevendo uma tese baseada nisso para apresentar em Juno, minha cidade natal. Pretendo me tornar um Sábio, por isso quanto mais conhecimento, seja de magia ou de qualquer coisa assim conta.
            -Conversei tanto com você e não sei o seu nome...
            -Reymond, prazer.
            -Bem, você sabe quem eu sou...de qualquer modo, estou de saída.
            -Muito bem, senhor Yuri, volte aqui na academia mágica se descobrir mais alguma coisa sobre si mesmo, e também poderemos ter mais informações para você.
            - É um trato então. –Então se virou para a saída e foi andando.
            Ao sair, Yuri prosseguiu para a saída norte de Geffen. Na saída avistou uma ponte bem larga e resolveu atravessar a pé, ao invés de invocar Kitara. Quando chegou no meio da ponte, ele pressentiu algo e rapidamente olhou para cima, então pulou para o lado e saltou para trás e se esquivou de várias lanças de gelo. Ao parar olhou para o fim da ponte, onde havia um relevo, e lá encima, viu uma pessoa que o encarava. Então Yuri olhou para as lanças que ficaram presas no chão da ponte e pensou: ’Um mago? O que ele quer afinal?’
A pessoa desceu o relevo e se aproximou do fim da ponte, então Yuri pode identificar seu atacante: Ele vestia uma capa preta com ombreiras vermelhas e tinham símbolos místicos em toda a vestimenta. ’Um arquimago.’Pensou Yuri, quando então seu atacante se aproximou um pouco mais e disse:
            -É um prazer conhece-lo, demônio branco. –Disse o arquimago, cujo rosto agora podia ser bem visto por Yuri. Ele tinha o cabelo quase tão moreno quanto o de Yuri, porém um pouco maior, seus olhos, por trás de seus óculos, eram verdes e sua pele tinha cor neutra. Tinha uma aparência bem jovem para ser um arquimago.
            -Quem é você? –Perguntou Yuri com certa desconfiança, decorrente do ataque.
            -Meu nome é Neloph. Eu sou o arquimago de Geffen, ao seu dispor. –E se curvou em saudação.
            -O que está fazendo aqui? Não deveria estar lá na torre, coordenando os bruxos? –Perguntou Yuri, ainda desconfiado.
            -Os bruxos são bem inteligentes, além de haverem outros arquimagos para orientá-los e também estou no meu horário de folga, caro Yuri.
            -Como sabe o meu nome?
            -Ora, não é óbvio? Como líder dos magos e bruxos, é meu dever saber o que se passa em toda a guilda, ainda mais quando se trata de uma pesquisa tão intrigante quanto você. Meu aprendiz me deu todo o relatório da pesquisa e ele me falou muito de você.
            -Seria Reymond o seu aprendiz? Não sabia que treinava Sábios também.
            -Reymond é um excelente mago, vejo um grande potencial nele, por isso apoio o caminho o qual ele escolheu, mesmo que ele deixe nossa guilda para se tornar um Sábio. Mas o assunto não é ele, e sim você.
            - O que você quer comigo, Neloph?
            - Primeiramente, quero ver o seu poder. - Disse ele e então soltou uma bola de fogo por uma mão enquanto segurava seu bastão com a outra.
            A bola era rápida demais para desviar, então em um só movimento Yuri desembainhou sua adaga e dela saiu uma espécie de energia sombria que cobriu sua frente e o protegeu da magia lançada por Neloph.
            -Você quer ver meu poder? Então veja isso! –Exclamou Yuri, que fez um movimento para trás com a mão que segurava Betrayal e então começou a carregar um poder sombrio que emanava na adaga.
            Então fez um movimento de corte horizontal, lançando uma espécie de magia, como uma aura negra em forma de lâmina, indo encima de Neloph, que rapidamente invocou uma barreira de gelo, mas o poder destruiu a barreira e atravessou, para ser parado em um escudo mágico o qual o arquimago invocou logo em seguida.
            -Destruidor de Almas, hein? Um algoz comum não teria derrubado minha barreira de gelo com isso. Além do mais posso detectar certo poder demoníaco vindo desse poder, Além de ser de uma aura de coloração preta, ao invés de roxa, como a de um algoz comum.
            Neloph em seguida despachou uma bola de raio de sua mão:                  
            -Experimente o trovão de Júpiter! Mostre-me mais do seu poder!
            -Com prazer! – Exclamou Yuri e sumiu num piscar de olhos, aparecendo logo à frente do trovão disparado por Neloph, e em outro piscar de olhos já estava com a adaga encostada no pescoço dele.
            -Impressionante...sua velocidade é realmente implacável! –Disse Neloph, invocando uma explosão protetora quase que instantânea que afastou Yuri dele, mas em menos de um segundo ele já estava novamente com a adaga em seu pescoço.
            -Já basta não é? Se eu encostar essa adaga de novo, não terei piedade. –Disse Yuri com um sorriso malicioso em seu rosto. Neloph de repente engoliu a seco, pois nunca tinha visto alguém se mover naquela velocidade. Nem mesmo um sicário. Estava claro que não estava lidando com um humano normal.
            -Tudo bem! Vamos parar por aqui! - Neloph deu um sorriso irônico e levantou a mão como forma de rendição. –Já vi o que precisava.
            Yuri então recolheu Betrayal de volta para sua cintura e então já começou a andar, desviando de Neloph que ficava na sua frente. Não demorou muito para que ele percebesse que aquele arquimago estava seguindo ele à uma pequena distância. Eles estavam chegando numa subida que marcava a entrada para o Monte Mjolnir, quando Yuri parou e olhou para trás perguntando:
            -Você não tem mais o que fazer não? Pare de me seguir!
            Então Neloph se aproximou sorrindo e disse:
            -Eu vou com você, jovem ceifeiro.
            -Por que? O que você ganhará nisso? Você sabe o que estou fazendo?
            -Sei muito mais do que você pensa, e o que eu não sei, quero descobrir acompanhando você. Quanto ao que eu ganho com isso? Observar uma pessoa intrigante como você pode ser bem interessante para mim.
            -Se sabe o que irei fazer, não me faça perguntas, ok? E não me peça para te salvar caso entre em apuros, a rota à frente é bem perigosa.
            -Ok, você quem manda agora, mas caso precise de ajuda depois, minhas magias estão à disposição.
            ‘Cara maluco’. Pensou Yuri, e voltaram a andar. Subiram por horas pelo monte o qual ficava entre Geffen e Aldebaran. Durante a subida ouviram zumbidos, como se tivesse um enxame de abelhas não muito longe, o que era comum, visto que o local possuía muitas flores o qual abelhas recolhiam o pólen para fazer mel. Quando chegaram no topo, avistaram flores gigantes que faziam o local ser bem bonito e com aromas agradáveis. Mas então bem no meio delas, havia algo mais interessante: Uma pequena rocha com uma lança de tamanho médio estava encravada nela: Diante da rocha estava uma garota desmaiada, com um carrinho de mão, aqueles usados por mercadores, ao seu lado.
            Eles se aproximaram dela. Yuri se abaixou e examinou o corpo para ver o que teria deixado a pobre garota naquele estado: Enquanto procurava ferimentos, viu mais de perto sua roupa, que consistia numa espécie de vestido marrom com uma saia, e uma capa vermelha com desenhos do que parecem ser dentes de alguma criatura, e uma bolsa também vermelha como sua capa estava presa a ela. Ela tinha o cabelo longo e castanho, o rosto parecia delicado, a pele clara. Neloph também se aproximou, ajeitou os óculos e disse:
            -Uma criadora... Pode se ver que estava recolhendo ervas para fazer poções, vendo a quantidade de plantas em seu carrinho, além das poções. O que será que aconteceu com ela?
            -Ela está com leves queimaduras de choque em algumas regiões da pele. Ou ela é bem frágil, ou alguma coisa forte atacou ela. E essa lança? - Yuri se levantou e se aproximou da lança que brilhava no cabo e a lâmina parecia bem fincada na rocha. Neloph arregalou os olhos e falou:
            -Essa Lança! Eu já ouvi falar! É a lendária Gungnir! A lança usada pelo deus Odin. A última vez que ouvi falar dela, estava em posse de uma abelha rainha. Então significa que estamos no território dela, e provavelmente ela está procurando pelo que pertence a ela. De qualquer modo, é uma lança poderosa e valiosa para muitos ferreiros.
            -Acho que já sei o que está acontecendo aqui. Essa garota deve ter tentado pegar a lança da rainha e conseguiu escapar dela, mas não sem levar choque. A abelha rainha é temida pelos seus relâmpagos pelo que ouvi dizer. Ela deve ter desmaiado aqui e acabou fincando a lança nessa rocha.
            -E a essa altura, a rainha deve estar com seu pelotão de zangões procurando pela lança. O que faremos então? –Perguntou Neloph.
            Yuri encostou na lança e com a apenas uma mão arrancou-a da rocha, o que deixou Neloph surpreso, visto que a lança parecia bem presa naquela rocha: Percebeu que Yuri também tinha uma força física com certeza proveniente de seu lado demônio. Yuri então colocou a Lança no carrinho da criadora e em seguida colocou ela também e começou a puxar, seguindo o caminho a frente.
            -O que está fazendo? –Perguntou Neloph.
            -O que você acha? Se essa lança vale tanto como diz, vou leva-la comigo, e foda-se a abelha rainha que vai vir atrás de nós por isso, não ligo nem um pouco.
            -Mas e a garota?
            -Vamos deixa-la em Aldebaran, ué. Não podemos deixar ela largada aqui só porque fez a burrice de tentar tomar a lança da rainha, não é?
            Neloph ia dizer mais alguma coisa, mas deixou pra lá e seguiu ele, atravessando uma ponte que ligava os relevos do monte. Depois de uma longa subida, eles agora teriam uma longa descida. Após atravessarem a ponte, começaram a descer no outro lado do monte, quando ouviram zumbidos bem perto dali. Neloph ficou meio nervoso e disse:
            -Yuri, está mesmo fazendo isso? Vale a pena?
            -Óbvio que vale, Neloph, está com medo?
            -Não, só estou apenas achando que devíamos ter mais cautela. A abelha rainha é forte, e tem um pelotão de zangões com ela.
            -E novamente digo, Foda-se ela, e fodam-se também os zangões, vamos sair daqui com a lança, com a garota, e tudo vai ficar legal, ok? - Yuri começou a rir de forma irônica e maliciosa enquanto carregava o carrinho de mão que tinha a lança, a garota e os pertences dela.
            -Ok...- Disse Neloph meio nervoso com a situação.
            Então enquanto andavam, o zumbido foi aumentando, então ambos olharam em sua volta, atentos a qualquer movimento estranho na mata. O pior estava para acontecer quando de um segundo para outro, os zumbidos pararam. O silêncio tomava conta de tudo, enquanto eles paravam de andar e movimentavam os olhos à procura de alguma coisa.
            -Estão muito perto...-Disse Yuri.
            -Como sabe? –Perguntou Neloph.
            -Eles agora estão espreitando. Vão atacar logo mas ainda não sei de onde. Não baixe a guarda, Neloph!
            -Devia ter pensado melhor, antes! –Disse Neloph pronto para invocar alguma magia, mas ainda meio nervoso.
            -Cale a boca! A gente sai dessa. –Esbravejou Yuri.
            Então em um leve movimento dos olhos para cima, Yuri avistou relâmpagos vindo na direção deles e num movimento rápido, afastou para trás o carrinho de mão e pulou na reta de Neloph afastando ambos dos raios que caíram ali onde estavam. Se levantou e olhou novamente para cima: tinham dezenas de abelhas e zangões e entre eles, uma abelha brilhante com um coroa, olhava para o carrinho que estava com a lança e a garota, ainda inconsciente. A abelha fez um movimento apontando para eles, então vários zangões vieram para cima deles, enquanto dois iam buscar a lança o qual a rainha queria de volta para ela. Neloph gritou:
            -Me dê cobertura! Eu posso para-los!
            Yuri então liberou suas lâminas ocultas e saltou na reta dos zangões que iam na reta de Neloph, cortando e perfurando num ataque de lâminas destruidoras. Isso tirou a atenção deles em relação a Neloph, mas tinham que agir rápido, pois dois zangões estavam levantando voo com a lança, prontos para levar para a abelha rainha que observava tudo lá de cima.
            Então, Neloph conjurou uma magia que começou a aumentar a gravidade dos zangões que estavam atacando, jogando todos para o solo, incluindo os que tentaram levar Gungnir com eles. Yuri, vendo aquela oportunidade, girou as Lâminas em um movimento circular, chamado lâminas de Loki, cortando e fatiando os zangões que estavam caídos à sua volta. Quando terminou, Neloph ainda conjurou a fúria da terra, onde espinhos subiram do solos atingindo os zangões restantes. Então Olharam novamente para a lança, e viram que a própria abelha rainha estava pegando-a e já ia levantando voo quando Yuri correu na sua reta:
            -Você não vai levar isso! – Guardou as Lâminas e desembainhou a Betrayal. Em um rápido movimento, usou o destruidor de almas, aquele mesmo ataque mágico o qual havia usado contra Neloph. Mas a rainha desviou, então Yuri saltou na sua reta e aplicou um combo com a adaga, chamado Lâminas Retalhadoras, o que não teve tanto efeito, pois ele estava somente com a adaga, e não com as katares ocultas. Ainda assim, foi suficiente para atingir a abelha rainha e faze-la descer soltando a lança.
            Yuri ainda estava com seu sangue venenoso na adaga, então tentou intoxicar a abelha rainha, mas era muito rápida e desviou do golpe. Ela então parecia que ia atacar Yuri, mas olhou para Gungnir, que estava no chão e tentou voar na reta da lança, mas Neloph conjurou barreiras de fogo na frente da abelha, que parou por pouco, quase se queimando nas chamas. Yuri então apontou a adaga para frente e deu um deslize que criava um rastro de sombras, cortou e fincou betrayal na abelha rainha. Esse movimento não era conhecido por nenhum assassino da guilda, então Yuri o chamou de Sombra Cortante: Uma habilidade exclusiva de Ceifeiro. Mas a abelha soltou um relâmpago que passou através da adaga para a mão de Yuri e o eletrocutou, jogando-o para trás e batendo em uma rocha. Ele caiu sentado e cuspiu sangue. A abelha rainha, achando que tinha vencido, se virou para Neloph, que conjurou um escudo mágico para qualquer coisa que ela fizesse. Então Yuri se levantou sem dificuldades mesmo com um ferimento e gritou:
            -Ei, ainda estou aqui, maldita! - E cuspiu um pouco de sangue que estava escorrendo de sua boca.
            A abelha se sentiu provocada, vendo que seu inimigo ainda estava de pé e voou em sua direção. Neloph então usou uma magia de petrificar que paralisou ela, então Yuri pegou um frasco de seu sangue venenoso e jogou nela, criando um nevoeiro tóxico. A fumaça era preta e densa, então Neloph invocou pilares de fogo para garantir danos naquela abelha. Yuri, ainda insatisfeito, saltou para dentro do nevoeiro. Neloph ficou apenas observando para ver o que iria sair do meio daquele nevoeiro em chamas. Então avistou o ceifeiro carregando uma coroa na mão. Ele se aproximou de Yuri e perguntou:
            -Você está bem? O que aconteceu com a rainha?
            -Me certifiquei de que não sobrasse nada dela.
            Então ele pegou a lança que tinha ficado no chão e colocou novamente no carrinho onde estava a criadora que ainda estava dormindo sem nem ter consciência do que tinha acabado de passar. Yuri olhou para ela de novo e colocou a coroa em sua cabeça e recomeçou a puxar o carrinho. Neloph segurou a risada vendo aquilo e começou a seguir ele.
            Levou mais duas horas descendo a montanha e mais meia-hora pra atravessar uma planície com um rio e uma ponte até chegar na cidade de Aldebaran. Já estava de noite quando entraram na cidade, que era destaque por ter uma torre com um relógio no seu centro. Eles foram até o prédio dos alquimistas e deixaram a garota em cuidados com seus companheiros, mas obviamente Yuri levou a lança consigo, deixando a coroa com ela, que dormiria até o dia seguinte. Os rapazes estavam em um quarto alugado de uma estalagem tomando café. Neloph então perguntou para Yuri sobre o que ele pretendia fazer no futuro. Yuri explicou tudo, que queria descobrir sua origem e fundar uma ordem de ceifeiros em Cirod, já que foi expulso da sua antiga guilda dos assassinos. Explicou também que a ordem que ele pretende criar tem um dogma diferente da guilda, e seu propósito seria ainda maior. Ele queria estabelecer uma base na Cidade Imperial e para isso precisava negociar com os renegados que estavam lá, tentando também ganhar território naquela cidade, que estava um caos, desde a abertura de seus portões para comércio e negócios com as outras nações.
            Neloph contou para Yuri que já tinha ouvido falar das guildas de lá, que são melhores que as de Rune-Midgard, como a ordem dos Cavaleiros Negros, A ordem dos Guardiões Cruzados, e a Igreja que era poderosa, com seus fiéis Exorcistas comandados pelo Papa, além do colégio arcano, dirigido por Necromantes, entre outros grupos. Todos tinham caráter Imperial, ou seja, eram fiéis ao Imperador de Cirod, o qual poucos sabiam o nome, nem mesmo Neloph sabia. Yuri não fazia questão de fidelidade a ninguém, mas queria criar a ordem dos Ceifeiros para seguir esse mesmo caráter, para ser temida e respeitada.
            Após passarem a noite na estalagem, saíram cedo para o portão norte, onde prosseguiriam viagem rumo a Juno. Quando estavam de saída, foram parados por uma figura familiar:
            -Esperem! Vocês ai!
            Quando se viraram para ver, se depararam com a mesma garota de ontem, que eles salvaram da abelha rainha.
            Ela estava com sua bolsa e seu carrinho, e primeiramente se curvou para eles:
            -Obrigada por salvarem minha vida!
            -De nada. –Disse Neloph sorridente. Yuri permaneceu em silêncio.
            -Ah, e obrigada também pelo presente, rapaz bonito- Disse ela alegre olhando para Yuri. Ele virou o rosto para o lado e disse secamente:
            -De nada...- E se virou para andar novamente quando ela interrompeu:
            -Uh...meu nome é Rose. É um prazer conhece-los.
            -Meu nome é Neloph, sou um arquimago, e aquele rapaz que você achou bonito é o Yuri, ceifeiro. É um prazer conhece-la também. – Disse Neloph gentilmente, enquanto Yuri permanecia em silêncio.
            Eles já iam começar a andar de novo quando ela perguntou:
            -Uh...posso ir com vocês?
            Os dois rapazes pararam de novo e olharam entre eles. Depois de alguns segundos em silêncio, Yuri olhou para ela e disse:
            -Eu não vou ficar de guarda-costas seu.
            -Não precisa, pode não parecer pelo que aconteceu antes, mas sei me cuidar.
            -E por que quer vir conosco?-  Perguntou Yuri.
            -Eu acho que é o mínimo que poderia fazer por vocês terem me salvado.
            -Você tem ideia do que vamos enfrentar e o que faremos?
            -Não e não ligo, apenas quero me aventurar com vocês. – Disse ela sorridente e pegou seu carrinho e começou a andar na frente deles.
            Yuri suspirou e disse:
            -Acho que nem adianta discutir.
            Neloph veio e deu um tampa no ombro dele dizendo:
            -Não se preocupe, creio que ela vá nos ajudar bem nessa viagem.
            -Aposto que não...- respondeu Yuri.
 
Fim do capítulo III
Dados dos personagens:
Yuri
Idade:48 anos (aparência de 25)
Nacionalidade:???
Classe: Ceifeiro
Aparência: Olhos azuis-claros, cabelo moreno médio, pele muito branca, magro, altura média, usa um sobretudo aberto, branco, misturado a uma calça de assassino por baixo e botas. Esconde sua arma embaixo do sobretudo.
Neloph
Idade: 26 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Geffen
Classe: Arquimago
Aparência: Olhos verdes, cabelo moreno médio, pele neutra, altura média, usa vestimentas de arquimago, carrega um bastão dourado com um dragão dourado na ponta.
Rose
Idade: 22 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Alberta
Classe: Criadora
Aparência: Olhos castanhos, Cabelo longo e castanho, altura menor, usa vestimentas de criador(a), carrega uma bolsa e um carrinho com seu arsenal de poções e itens.
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Mensagem por Ragna Ter Ago 02, 2016 2:05 pm

Capítulo IV - A Jornada


3E 145 11:15
            Yuri, Neloph e Rose já tinham cruzado as fronteiras entre o reino do qual vieram para a república, onde pegariam um aeroplano na capital Juno, com destino Rachel, a capital de Arunafeltz, de onde entrariam em Cirod, através da caverna de gelo. Um dos fatores que contribuiu para que Cirod se isolasse dos outros países é o fato de suas fronteiras serem delimitadas por cadeias gigantescas de montanhas, o qual era muito difícil, mesmo para grandes aventureiros, de atravessar, além dos monstros gélidos que viviam lá. Até que foi descoberto um caminho razoavelmente fácil, através da caverna de gelo, o qual atravessava por baixo dessas montanhas, levando direto para o outro lado. Lá também haviam monstros, mas como era um terreno mais estável do que escalar montanhas, tornava-se fácil para os aventureiros utilizarem esse caminho.
            Estavam subindo uma ponte que ligava o solo com a cidade flutuante de Juno, quando Yuri novamente estava com os pensamentos em seus antigos parceiros, Hissen e Yoshino. Neloph parecia mais contente em visitar Juno, devido suas ligações com magia. Rose parecia quieta com a situação. No caminho, os rapazes explicaram toda a situação para ela, o que não a deixou muito impressionada, exceto de descobrir que Yuri na verdade era bem mais velho do que parecia. Além disso, quando estavam cruzando o planalto de Juno, foram atacados diversas vezes por Harpias e outros monstros aves que ali habitavam. Rose provou ser mais forte do que parecia: Ela destruiu um bando todo, apenas com bombas ácidas que ela mesma criava. Rose também possui um Homúnculo que estava o tempo todo escondido em sua bolsa. É uma Lif, uma pequena fada que possui folhas no seu corpo, e por esse motivo, foi lhe dada o nome de Leafy. Não era forte com ataques mágicos, mas seu suporte sempre foi essencial para Rose durante as lutas.
            Ao chegarem em Juno, Yuri olhou em volta, tentando esconder no seu rosto o quão estava impressionado com a cidade, o qual não se lembrava da última vez que visitou. Depois retirou um punhado de zenies do bolso e entregou para Neloph:
            -Aqui. Sou um homem de palavras. Pegue. – Disse ele, entregando o dinheiro.
            -Por que está me dando isso? Não estou entendendo...- Disse Neloph confuso.
            -Eu apostei que aquela garota não iria ser de ajuda...bem, me enganei, graças à ela chegamos aqui bem rápido.
            -Mas eu não tinha apostado...Yuri, eu nem tive tempo de agradecer por ter me salvo naquela hora contra a rainha, desculpe mesmo. - Neloph o saudou em forma de agradecimento.
            -Não foi nada...- Disse Yuri de forma indiferente.
            -Mas ei, Yuri, e aquele ferimento? Você parece totalmente bem! –Disse Neloph surpreso.
            -Que ferimento? – Perguntou Yuri sem entender.
            -A abelha rainha tinha lhe dado um choque e tanto, além disso você bateu as costas em uma rocha que quebrou no impacto. Mas olha só, você não parece sentir nada desde aquilo. Também não vejo nenhum machucado em você! – Explicou Neloph.
            -Ah, aquilo...bem...aquilo não foi nada. Deixa isso pra lá. Vem, temos que ir até o aeroporto.
            Quando se viraram para andar, uma voz familiar os chamou então olharam para trás e viram Reymond com um livro em suas mãos: Era o mesmo Death Note de antes.
            -Mestre Neloph! O que está fazendo aqui em Juno? – o jovem mago então viu Yuri e Rose e se curvou em saudações:- Bem vindos a Juno, minha cidade natal e sede da academia dos sábios, capital da gloriosa república de Schwartzvald.
            Neloph se aproximou sorridente de Reymond e perguntou:
            -Reymond, o que você está fazendo com esse Death Note por aqui?
            -Bem, eu estou aqui pois andei consultando com outros colegas à respeito desse livro. Não obtivemos muitos resultados, então resolvi apresentar o que conseguimos até agora aos sábios. Ah, também preciso terminar minha tese que irei apresentar na palestra amanhã, para a seleção de novos sábios. –Explicou Reymond. – E vocês? O que fazem por aqui?
            -Estamos indo para o aeroporto, vamos pegar o próximo aeroplano para Rachel. Eu vou ficar longe da guilda dos magos por um tempo, e não se preocupe, deixei um outro arquimago confiável no comando enquanto estou fora. – Disse Neloph
            -Ai, garoto, então você vai ser promovido para sábio? – Perguntou Yuri, enquanto Rose parecia perdida observando a conversa deles.
            -Sim, senhor, como disse, amanhã terá uma palestra na academia para apresentação de teses, que serão julgadas e decidirão quem será aprovado. Eu tenho confiança de que irei conseguir, levei semanas fazendo essa tese, falta muito pouco para completa-la.
            -Bem, não vamos tomar mais seu tempo, ainda temos uma viagem pela frente. – Disse Yuri e deu as costas seguindo em frente.
            -Pois bem, Reymond, eu pretendo dar suporte para Yuri nessa jornada dele, sabe, ele me salvou há um tempo atrás e quero ver até onde ele irá. Logo pude ver que ele não é tão mal quanto parece. Boa sorte com sua tese amanhã! – Disse Neloph cumprimentando Reymond.
            -Mestre... eu vou acompanha-los também, assim que conseguir me juntar à academia. Vocês estão indo para a Cidade Imperial, não é mesmo? Pois bem, eu estarei lá assim que puder. Sinto que Cirod é um lugar muito interessante e merece ser observado e estudado. – Disse Reymond
            -Ok, então, é um trato. Até logo, Reymond- Disse Neloph se virando e acompanhando Yuri e Rose, que já estava seguindo ele.
            Chegando no Aeroporto, Rose perguntou sobre Reymond, então Neloph explicou sobre as negociações que Yuri fez com a guilda dos magos, que envolvia descobrir mais sobre quem ou o que era ele exatamente. Tais fatos deixou Rose ainda mais curiosa a respeito de Yuri. Ela já o achou interessante desde que soube dos eventos no monte Mjolnir, e mais ainda agora, sabendo de sua história obscura. Ela, assim como Neloph, enxergava certa bondade no ceifeiro, apesar de sua expressão vazia e seus surtos de querer derramar sangue do que aparecer em sua frente. Ela sabia que havia algo, talvez humano, por baixo daquele demônio assassino que não o deixa ser tão impiedoso como era visto na época de mercenário. Ela o encarou tanto, que ele virou para ela perguntou:
            -O que foi, Rose? Alguma coisa errada? –Disse ele meio sério olhando para ela.
            -Não...nada. Estou bem. Vamos, nosso aeroplano está logo a frente.
            Eles já estavam subindo na plataforma de embarcação, cada um pagou sua passagem e já podiam ver o aeroplano que os levará para Rachel. Pegaram uma fila média até embarcarem. O aeroplano levantou voo às 15:00 e estava previsto chegar às 21:00 em Rachel. Ao cair da noite, Yuri, Neloph e Rose se sentaram em uma mesa numa taverna dentro do aeroplano, onde estavam muitos dos passageiros, comendo, conversando e jogando jogos de cartas. Eles ficaram horas conversando sobre suas vidas e jogando pôquer. Até que uma cavaleira, com uma cara preocupada, se aproximou deles e perguntou:
            -Com licença, algum de vocês encontrou algum punhado de zenies perdido por aqui? Eu ia usá-los na aposta do jogo de dados, mas de repente sumiram da minha mesa.
            -Não, moça, não vimos nada, sinto muito. - Respondeu Neloph educadamente.
            -Obrigada, mesmo assim. Droga, sem aquele dinheiro, vou ter de começar a apostar maçãs mesmo. Bem, vou ter que me contentar com suco de maçã mesmo. Até mais.
            Yuri estava com o capuz cobrindo sua cabeça e parte do rosto, de braços cruzados e olhos fechados, no que parecia ser um cochilo, quando na verdade estava apenas pensando na partida de pôquer o qual estavam jogando. De repente, ele se levantou e Rose o perguntou:
            -Aonde você vai, Yuri?
            - Eu já volto. Preciso ver algo. - E caminhou para fora da taverna.
            Yuri saiu da taverna e observou o convés do aeroplano, que parecia uma caravela voadora. Olhou para o céu, que já estava coberto de estrelas e uma belíssima lua crescente, depois olhou para sua frente, e avistou alguém que estava virado de costas e fumaça saia de sua frente.’ Alguém fumando’, pensou Yuri, que resolveu se aproximar do indivíduo que percebeu sua presença e se virou para vê-lo. Yuri viu as vestimentas de um arruaceiro, um cigarro em sua boca, e em seguida, um rosto o qual se lembrava um pouco.
            -Zoro? O que está fazendo aqui? –Perguntou Yuri surpreso em ver ele ali, naquele voo.
            -O que você acha? Estou indo para a Cidade Imperial também. Agora que me tornei um arruaceiro, não posso perder a oportunidade de lucrar naquele lugar tão rico. Além do mais, tenho negócios a tratar em Rachel também. –Respondeu Zoro.
            -Não parecia que ia tomar esse rumo...Como chegou aqui tão rápido? - Perguntou Yuri.
            -Pelas Kafras, ué. Juntei bastante zeny de certos furtos e assaltos que andei fazendo em Prontera e paguei pelo telestransporte. Você tem dinheiro e mesmo assim não as utilizou por quê?
            -Bem, preciso economizar o máximo que puder, se vou financiar uma nova guilda quando chegar em Cirod, sem falar de que precisarei de apoio dos renegados, que só com dinheiro para conseguir tal. - Respondeu Yuri.
            -Entendo, acho poderei ajudar depois. – Disse Zoro e puxou mais um cigarro.
            -Certo. Te vejo por ai então. - Disse Yuri e retornou para a taverna do aeroplano.
            Ele ainda tinha notado que Zoro estava com uma pequena sacola de zenies, que certamente não pertencia a ele. ’Seria daquela mulher de antes?’ Pensou ele enquanto retornava para a mesa onde Neloph e Rose aguardavam para continuarem a jogar. Ele deixou isso para lá, pois não era problema seu, além do mais, Zoro seria um bom aliado, sendo um arruaceiro, para ajudá-lo a conseguir a confiança dos renegados. Eles passaram horas jogando até chegarem em Rachel. Se dirigiram diretamente para o único e luxuoso hotel da capital. Ao se acomodarem, Yuri disse para os dois:
            -Nós partiremos de manhã cedo para a caverna de gelo. Assim que atravessarmos, estaremos dentro do Império, mas ainda faltará uma certa distância até a capital de lá. No caminho existe uma cidade, onde poderemos descansar.
            Yuri não falava em descansar pensando nele, pois seu corpo aguentaria incontáveis dias de viagem a pé, mas os outros dois eram humanos, ao contrário dele, e por isso tinha de se certificar de que eles estariam dispostos a seguir viagem tranquilamente. Após dizer aquilo, eles foram dormir.  
            De manhã cedo, Rose foi a primeira a acordar (Yuri nem sequer dormiu) e avistou o ceifeiro sentado à beira da janela do quarto o qual estavam hospedados, sentindo a brisa matinal e observando o sol se levantar. Ela via certo prazer e uma serenidade em seu rosto, que ao ser iluminado pelo sol, parecia brilhar intensamente, pela sua cor tão clara. Ele estava de olhos fechados mas mesmo assim sentia a presença de Rose, que apenas o observou quieta e então o deixou ali. Neloph acordou meio hiperativo e rapidamente se arrumou e checou seus itens, limpou seu bastão e colocou seu óculos. Quando Yuri se deu conta, viu Neloph arrumando as coisas de Rose, no carrinho o qual ela carrega desde coisas para venda até seu arsenal de poções mágicas, feitas por ela mesma. Yuri se aproximou dele e comentou:
            -Parece que alguém está sendo muito gentil com a dama, arrumando as coisas dela. E onde estaria ela? –Perguntou ele
            -Está no banheiro. Creio que vá demorar, então me ofereci para arrumar isso, assim podemos sair o mais cedo que pudermos. - Respondeu o arquimago.
            -Pois bem. Eu vou descer e pagar a estadia. Estarei esperando na entrada, não demorem. - Disse Yuri
            -Isso já não depende de mim, caro amigo...
            Yuri pagou à estadia ao atendente do hotel, além de pegar referências sobre o caminho que teriam de tomar para chegar à caverna de gelo, que felizmente era bem perto dali, apesar de terem certos monstros no caminho que iriam atrapalhar a viagem. Neloph e Rose chegaram logo depois que Yuri consultou um mapa que estava na parede do hotel. Quando viu os dois, apenas acenou com a mão para que eles o seguissem e colocou o capuz, então saíram da cidade.
            Seguiram para o norte, onde encontraram muitos lobos do deserto e ventos da colina (aves humanoides que sempre atacam em grupo). Yuri sempre lutou dando cobertura para Neloph utilizar suas poderosas magias que eram capazes de destruir grupos inteiros de monstros, como a chuva de meteoros, que era muito devastador. Rose atacou com seu ácido e seu homúnculo dava suporte de cura para eles. Yuri saiu ileso de todas as lutas que enfrentaram até chegar na caverna de gelo, devido sua agilidade que ultrapassava os padrões de um sicário, enquanto Neloph e Rose tomavam poções para se manterem bem. Ao entrarem na caverna de gelo, Yuri, que só vestia o sobretudo e tinha boa parte de seu corpo exposto não sentia frio algum, enquanto Neloph acendeu uma chama reveladora, cuja função original é revelar qualquer ser que esteja escondido, dessa vez para mantê-lo aquecido. Rose, vendo aquilo, começou a andar ao lado de Neloph para não sentir frio.
            Após descerem mais fundo na caverna, Yuri ainda andando disse para os dois:
            -Essas partes da caverna sempre estiveram aqui, mas logo chegaremos na passagem descoberta, que leva para o outro lado da caverna. Neloph, como está sua energia mágica?
            -Cheia. Minha recuperação natural é alta, e por isso não temos de nos preocupar com falta de magias. Por quê?
            -Na passagem que foi descoberta, existem muitos golems de gelo, e outras criaturas do elemento água. Você pode acabar com elas com seus relâmpagos e isso nos poupará tempo. - Respondeu Yuri.
            -Sem problemas, basta mantermos a mesma formação que fizemos antes da caverna, mas dessa vez, peço mais cobertura, pois existe uma magia em particular que leva mais tempo para eu conjurar. - Disse Neloph.
            -E o que seria? – perguntou Rose
            -Vocês logo vão ver... – Respondeu Neloph ajeitando os óculos.
            Rose ficou quieta sem entender do que aquilo se tratava, enquanto Yuri deu um leve sorriso, pois sabia muito bem o que Neloph estava planejando a seguir. Ao chegarem no ponto mais fundo da caverna, depois de enfrentar alguns monstros gélidos, eles se depararam com uma parede de gelo bem sólida e então pararam. Rose, sem entender, perguntou:
            -Por que paramos?
            -É aqui. Preparem-se. – respondeu Yuri.
            Ele desembainhou Betrayal e se aproximou da parede, então fincou a adaga nela com muita força, o que resultou em um impacto meteoro, que afetou toda aquela parede que rachou e se quebrou, mas de repente os pedaços de gelo começaram a se movimentar e formaram grupos: Foi então que perceberam que a parede era feita de golems de gelo, que se enfureceram com o que Yuri fez. Ele mexeu a cabeça para estalar o pescoço e disse:
            -Lá vamos nós. – E com betrayal em mãos, atacou intensamente aqueles golems, desviando de seus ataques com muita perícia. Neloph então começou a conjurar alguma magia que cobria toda a área onde estava Yuri e os golems. Ele então virou para Rose e disse:
            -Nem todos vão atacar ele, então me dê cobertura para os que nos atacarem!
            -Pode deixar! – Disse ela.
            Como previsto, alguns golems resolveram atacar Neloph, pois ao conjurar, ele atraia atenção deles, pois o viam como ameaça. Rose desembainhou uma pequena espada que levava consigo e começou a lutar contra os golems, arremessando misturas que se tornavam fogo grego. Infelizmente, apesar de derreter bem os golems, a água que escorria do gelo derretido apagava as chamas, fazendo com que não fizesse muito efeito. Rose então comandou Leafy para lhe dar suporte a curando e atacando os golems restantes. Isso foi tempo o suficiente para Neloph terminar de conjurar a magia e já estava pronto para solta-la. Ele então gritou para Yuri:
            -Agora! Ira de Thor!!!
            Então Yuri rapidamente recuou saltando para trás, se afastando dos golems, e antes que eles pudessem perseguir, foram atigindos por um gigantesco relâmpago acompanhado de um rajada de relâmpagos menores. Os golems de gelo foram completamente dizimados e não deixaram nenhum vestígio.
            Yuri ajudou à Rose a dar cabo dos que sobraram e não ficaram na área da magia lançada por Neloph, então em poucos segundos, eles haviam esvaziado todo o andar que estavam. Rose se sentou ofegante e Neloph apenas ajeitou os óculos e foi até ela, enquanto Yuri observava a passagem recém aberta por eles. Aquela passagem ficava normalmente aberta, mas as vezes por acaso, vários golems de gelo se juntavam ali para hibernar e acabavam formando uma parede bem na passagem. Pouco tempo depois, eles retomaram a andar e em poucos minutos, alcançaram o outro extremo da caverna de gelo.
            Na saída, se depararam com uma floresta úmida e que se expandia para além do horizonte que enxergavam. Estava um sol forte quando entraram na caverna, mas agora na saída, estava bem nublado e pouco claro em comparação a antes. Yuri então avistou uma placa na frente de uma árvore grande e brilhate: “Serenia”, lia-se na placa, com uma seta apontada para o Norte/pouco Noroeste. Então se virou para os dois que estavam logo atrás:
            -Nós atravessamos a fronteira. A partir de agora, estamos em território Imperial. Existe uma cidade à poucas horas daqui, lá poderemos arrumar um mapa para chegarmos na capital nacional. – Disse ele e começou a seguir a pequena trilha o qual era indicada pela placa.
            Eles foram andando pela trilha, então Neloph comentou:
            -Fascinante...agora estamos em um território novo para nós. Mal posso esperar para ver que tipos de coisas encontraremos aqui.
            -uau...- Disse Rose, enquanto andava observando as árvores cujas folhas brilhavam de belíssima forma. - Será que são mágicas?
            Yuri permanecia em silêncio, olhando tudo a sua volta, atento a qualquer coisa fora do comum que surgisse: a floresta em si, já não parecia ser normal, pois nunca se foi visto nada igual entre as três nações, era um ambiente novo.
            De repente ele parou e ficou olhando para frente como se tivesse avistado algo. Os outros dois também pararam ao vê-lo, então Neloph se aproximou dele e perguntou:
            - O que foi Yuri? Por que parou?
            Yuri não falou nada, apenas fez um gesto com a mão, apontando para frente. Então Neloph olhou para aquela direção e viu o mesmo que ele: Uma mulher estava ajoelhada e ofegante segurando a espada fincada no solo. Eles correram para perto dela e reconheceram ela do aeroplano: Era a mesma cavaleira que perguntou a eles sobre o dinheiro que parecia ter “perdido”. Ela possuía o cabelo azul e mais longo do que Rose, vestia uma armadura de aço flexível e por cima, um manto bege com o símbolo do reino de Rune-Midgard, e uma capa da mesma cor. Sua espada era grande e pesada, propriamente usada com duas mãos, com um cabo feito de forma bem enfeitada: Uma claymore. Rose se agachou para ver seu rosto, que parecia bem cansado e ela respirava rapidamente e ofegante. Ela perguntou para a cavaleira:
            -Você está bem? O que aconteceu?
            Ela então olhou nos olhos de Rose e respondeu:
            -Monstros...fomos separados...vocês...eu vi vocês no aeroplano...me ajudem, por favor...não...eu mesma vou resolver isso. – E se levantou e puxou a espada. Mas ela mal conseguia se manter de pé e suas pernas tremiam.
            Yuri chegou ao lado dela e disse:
            -Não seja durona, mulher, você está exausta. Parece que lutou muito. Quem estava com você? Para onde foram?
            Ela então desabou e sentou no chão, ainda segurando a espada, e respondeu:
            - Meu amigo, Arthos. Resolvemos vir para o império juntos, por curiosidade, queríamos saber como é aqui, procurar aventura e outras coisas. Atravessamos a caverna de gelo facilmente, mas quando chegamos aqui, fomos atacados por árvores fantasmas: ela se mexiam como monstros e uma aura saia delas, uma espécie de magia negra. Nós estávamos lutando contra elas, mas são fortes, então um grupo maior nos emboscou e nos separou. Eu conseguir dar conta de alguns que estavam me atacando...por pouco, e Arthos está lutando com o restante, logo à frente. Precisamos ajuda-lo.
            Yuri pensou por alguns segundos e virou para Neloph dizendo:
            -Vamos.
            E disse para Rose:
            -Cuide dela e trate dos ferimentos, nós vamos trazer o amigo dela de volta.
            A cavaleira então para o ceifeiro e disse:
            -Espere. Qual seu nome?
            -Yuri...- Respondeu ele.
            -Meu nome é Jenny, obrigada por nos ajudar, assassino.
            -Tenha cuidado Yuri. Vocês dois. – Disse Rose.
            Yuri não respondeu nada de volta e apenas correu em frente, com Neloph logo atrás, o seguindo, deixando as garotas ali. Mais à frente, avistaram um monte de galhos embolados se mexendo, formando uma espécie de círculo, e por dentro, podia-se ver uma aura negra. Yuri virou para Neloph e disse:
            -Comece a invocar os meteoros, eu vou fazer uma coisa.
            Neloph respondeu:
            -Hum...ok, espero que saiba o que vai fazer.
            Então Yuri caminhou lentamente até aquilo e parou bem na frente. Observou bem e então enfiou o braço no meio daqueles galhos vivos. Neloph gritou:
            - O que está fazendo?
            -Pescando. –Gritou de volta.
            Então deu um forte puxão com o braço, puxando pela capa para fora, um homem que segurava uma espada e um escudo enorme, então gritou para Neloph:
            -Agora! Ataque esse troço.
            Neloph soltou uma chuva de meteoros encima daquele amontoado de galhos, explodindo e destruindo a magia negra que cercava ali. Então os galhos pegando fogo se revelaram como árvores vivas, que estavam possuídas por magia negra. Poucas delas foram derrotadas, outras se enfureceram com o ataque, e mesmo queimando vivas, soltaram ruídos de raiva. Yuri vendo aquilo disse:
            -Bem persistentes, não? Já é bem diferente do que já vi antes, são fortes. Não esperava menos do Império, tendo monstros tão fortes quanto aventureiros. –Sorriu maliciosamente e desembainhou a lâmina da traição.
            O homem que estava preso naquela armadilha criada pelos monstros se levantou observando tudo e se aproximou de Yuri dizendo:
            -Deixe-me ajuda-lo!
            -Não, eles são meus! –Exclamou Yuri- Mas você é bem-vindo a tentar matar alguma coisa antes que eu acabe com a raça deles.
            O homem vestia uma armadura pesadíssima, com uma ombreira enorme, uma capa azul, e uma roupa com cruzes, armado com uma espada e um escudo. Tinha o cabelo verde e curto. Era Arthos, um templário. Ele olhou sorrindo para Yuri dizendo:
            -Aceito o desafio.
            Então ambos foram para cima dos monstros.
            Rose estava contando toda a história da jornada deles para Jenny, enquanto lhe dava poções, principalmente sobre Yuri, a quem estava tão obcecada. Jenny ficou surpresa sobre a história de vida dele, pelo fato de ser um demônio. Ela e Arthos sempre repudiaram demônios mas ser salva por um era totalmente estranho. Ela explicou para Rose que Arthos, como templário, tinha uma fé inabalável, e um ódio profundo pelos demônios. Iria ser bem complicado saber a reação dele quando descobrir o que realmente Yuri era. Logo que elas terminaram de falar em tal assunto, eles surgiram da mata e se aproximaram. Arthos foi o primeiro a falar:
            -Jenny. Você está bem?
            -Estou sim, Arthos, esses três me encontraram aqui. Devemos agradece-los.
            -É claro. Não teríamos conseguido sair dessa se vocês não tivessem aparecido. Muito obrigado mesmo. – Arthos saudou em forma de agradecimento.
            Neloph respondeu:
            -Ora, não foi nada, nobre templário. Mas não acha meio irônico ter sido salvo por um demônio, o qual imagino que já tenha matado tantos? –Disse ele apontando para Yuri.
            Arthos desembainhou a espada e apontou para Yuri:
            -Demônio? Você? Eu vou purifica-lo! Com a morte!
            Jenny se levantou rapidamente e parou na frente de Yuri que permanecia em silêncio. Ela disse:
            -Não seja cego, Arthos, ele nos salvou, não importa se ele é isso ou aquilo, não o ataque!
            -Mas é um demônio! Criatura maligna, inimigo de Deus.
            -E daí? Pare para julgar as ações dele agora. Se não fosse por ele, eu e você estaríamos mortos! Não importa o que ele seja por fora, olha para dentro dele, ele agiu como demônio algum agiria! Não faça algo precipitado, seu tolo pois eu não vou deixar!
            Arthos ficou encarando ambos em silêncio com a espada apontada pare eles. Então respirou fundo e embainhou a espada de volta. Jenny abriu um sorriso e saiu da frente de Yuri. O Templário se aproximou dele:
            -Ela tem razão. Não importa o que seja, suas ações são nobres, além do mais, você me parece bem humano.
            -Longa história. – Respondeu Yuri.
            -Bem, então pode nos contar no caminho. - Disse Jenny- Eles estão indo para a capital. Por que não vamos com eles?
            -É uma ótima ideia. Podemos ir com vocês? –Perguntou Arthos.
            -Mas é claro que sim. – Respondeu Neloph.
            -Nem precisavam perguntar. – Disse Rose.
            -Hmpf...eu não vou parar para esperar se ficarem para trás. –Disse Yuri.
            Então retomaram a andar rumo à Serenia, primeira cidade na trilha que vem da fronteira com Arunafeltz. Após passar por ela, faltaria poucas horas para o fim dessa jornada, que mal sabiam eles, era apenas o começo da história que será escrita para sempre na memória dos aventureiros futuros.
            Chegaram em Serenia no final da tarde. Como esperado, era uma cidade com um aspecto diferenciado, com uma cultura bem diferente, cujas pessoas tinham um pequeno e quase despercebido sotaque, mas que falavam cordialmente e educadamente. Serenia não era grande, porém era um ótimo lugar para aventureiros se pousarem se estão seguindo rumo para a capital ou para outras cidades do império. A cidade tinha esse nome pois é cercada pela ‘floresta serena’, nome dado pelos habitantes para o local onde Yuri e os outros passaram agora pouco. O maior problema eram aqueles monstros, mas felizmente na cidade existiam torres, muros e dois quartéis da Guarda Imperial: Um dos Cavaleiros Negros e outro dos Guardiões Cruzados.
            Esses representavam o glorioso poderio militar de Cirod. Yuri e os outros, visando aprender mais sobre o império, conversaram com cidadãos e aventureiros locais na taverna central, onde também passariam a noite lendo sobre tudo. Foi explicado à eles que Cirod tem um problema antigo o qual vem enfrentando por séculos: Hordas de monstros poderosos, pior do que qualquer outro lugar. Os humanos que habitam esse pedaço do continente precisaram se fortalecer, por isso foi criada a ideia de juntar as nações que conviviam com esse problema em um só país. O então reino de Cirod recebeu apoio de três reinos vizinhos: Medina, Esthior e Galia, e formaram um reino unido no sul. Três outros reinos se opuseram à ideia de um império, pois eram nacionalistas e queriam preservar a autonomia de cada um. Esses eram os reinos de Velgin, Lefronsoir e Northland. E por último e decisivo, ficou o Reino de Briton, que ficou neutro e portanto não escolheu lados, apesar de ser um reino nacionalista assim como os outros que se opuseram aos reinos do sul. Uma guerra se desencadeou depois de anos entre esses reinos: uma guerra entre Norte e Sul. Depois de 20 anos, o Sul estava vencendo a guerra, pois já havia anexado Lefronsoir e 80% de Velgin. Northland estava intocada, mas não tinha muito poder militar. A vitória foi marcada por um acordo de última hora criado por Briton: Demandou taxas e suporte político dos reinos do sul (pois estava em crise política), em troca de poder militar, que era altíssimo, e ser parte do império. Cirod e o sul aceitaram os termos, então Briton em pouco tempo e quase sem esforço anexou Northland, antes intocada, agora dominada. No fim, Velgin declarou paz e então os reis do sul fizeram uma comemoração em sua capital, Veld. Como Cirod era a maior potência econômica e militar na época (Briton era a segunda por pouco), foi escolhida como província principal, e sua capital, que tinha o mesmo nome, passou a ser a capital do Império recém formado, cujo Rei se tornou Imperador.
            Essa guerra, porém custou muito das agora províncias do império, e os monstros eram muito fortes. Aquela região já foi invadida diversas vezes por demônios diretamente do sub-mundo, há vários anos, quando os reinos eram colônias do país que ficava ainda mais ao norte do império: Varsódis, uma enorme ilha continental e feita de gelo do qual, de acordo com os imperiais, foi de onde vieram os primeiros humanos. Quando esse povo do norte tentava colonizar a atual área do Império, os demônios surgiram, causando diversas guerras entre eles. Poderosos líderes entre os humanos vieram de Varsódis e unificaram as colônias, vencendo os demônios e selando eles de volta ao sub-mundo. Essa guerra está ligada diretamente ao Ragnarok, contado pelo povo de Rune-Midgard como a guerra final entre os deuses, mas Cirod tinha um ponto de vista muito diferente desses eventos, pois a religião deles era diferente. A questão nisso tudo é que, apesar de os demônios terem sumido, a influência maligna deles permaneceu naquela terra, dando origem à horrendas criaturas. O império tomou a providência de criar as primeiras e únicas guildas públicas: A ordem dos cavaleiros negros e a ordem dos guardiões cruzados que depois formariam a Guarda Imperial. Essas classes já existiam desde a época colonial, mas eram guildas mercenárias, fundadas por generais de Varsódis.
            O império ainda estimulou à criação de guildas privadas para maior avanço econômico e militar, o que além de fazer com que tivessem capacidade de combater os monstros, fez com que o Império consolidasse poder político absoluto sobre todas as províncias, que no começo, estavam com o pé atrás de serem comandadas por Cirod.
            Yuri e os outros estavam lendo todas essas histórias em uma estante de livros que ficava no quarto o qual estavam passando a noite. A curiosidade deles os manteve acordado a noite toda (Na verdade somente Yuri ficou acordado, todos os outros em algum momento dormiram). O que importava agora para ele era chegar na cidade imperial por respostas sobre seu passado, e o que irá fazer no futuro.
Fim do capítulo IV
Dados dos personagens:
Yuri
Idade:48 anos (aparência de 25)
Nacionalidade:???
Classe: Ceifeiro
Aparência: Olhos azuis-claros, cabelo moreno médio, pele muito branca, magro, altura média, usa um sobretudo branco com símbolos e aberto misturado a uma calça de assassino o qual se amarra uma faixa vermelha, botas de assassino e luvas. Esconde sua arma embaixo do sobretudo.
Neloph
Idade: 26 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Geffen
Classe: Arquimago
Aparência: Olhos verdes, cabelo moreno médio, altura média, usa vestimentas de arquimago, carrega um bastão dourado com um dragão dourado na ponta.
Rose
Idade: 22 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Alberta
Classe: Criadora
Aparência: Olhos castanhos, Cabelo longo e castanho, altura menor, usa vestimentas de criador(a), carrega uma bolsa e um carrinho com seu arsenal de poções e itens.
 
Reymond
Idade:19 anos
Nacionalidade: Schwartzvald, Juno
Classe: Mago
Aparência: Olhos pretos, cabelo azul escuro, médio e que tapa um de seus olhos, usa manto e vestimentas de um mago e um bastão comum.
Zoro
Idade:17 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Morroc
Classe: Arruaceiro
Aparência: Olhos castanhos, cabelo vermelho e curto, utiliza vestimentas de arruaceiro, uma faixa cinza em volta do pescoço, e um óculos na cabeça. Carrega consigo uma adaga, arco e flechas.
Jenny
Idade: 25 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Izlude
Classe: Cavaleira
Aparência: Olhos castanhos, cabelo azul-claro e longo, utiliza a vestimenta de cavaleira e uma espada de duas mãos.
Arthos
Idade: 27 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Prontera
Classe: Templário
Aparência: Olhos castanhos, cabelo curto e verde, utiliza vestimentas de um templário, carrega uma espada média e um escudo grande.
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Herdeiros da Traição Empty Re: Herdeiros da Traição

Mensagem por Ragna Ter Ago 02, 2016 2:07 pm

Capítulo V - A cidade imperial


            
           21 de abril 13:30 3E 145
          Era uma sala mal iluminada, exceto por luzes mágicas que brilhavam fracas ao redor de uma pequena mesa, dando um azul vívido para todo o local. Diante da mesa tinha um sofá médio, com decorações que remetem realeza, e sentada a ela, estava alguém com um manto azul escuro, quase preto, com faixas brancas, marcas mágicas e caveiras enfeitando seus ombros. Ele estava encapuzado e de olhos fechados, parecendo estar meditando, quando na verdade estava esperando por algo. De repente, alguém mais entrou na sala, abrindo a porta lentamente, aumentando o brilho e revelando uma sala cheia de escrituras mágicas em suas paredes, um relógio dourado pendurado e estantes de livros.
            A pessoa se aproximou do que estava sentado, ele vestia algo semelhante porém menos decorado, e seu rosto era claramente mais visível, pois não estava encapuzado: Era um Necromante. Ele disse para a pessoa sentada:
            -Ele está aqui. – E permaneceu calado.
            O homem que estava sentado abriu seus olhos e olhou diretamente para ele e retirou o capuz, revelando seu rosto: Tinha uma pele pálida e branca e os olhos azuis claro e seu cabelo era meio longo e moreno. Ele se levantou e disse:
            -Finalmente. Estive esperando um bom tempo para que ele voltasse. Vejamos como ele está. – Então com um simples gesto com a mão, cartas mágicas saíram de uma gaveta próxima das estantes e flutuaram para ele. Em outro movimento, elas se arrumaram na mesa como uma espécie de círculo mágico. As cartas começaram a brilhar e refletiram uma imagem como um espelho, mostrando um local e algumas pessoas: Uma floresta densa, onde 5 pessoas caminhavam, atravessando-a. O necromante se aproximou e apontou para uma delas:
            -Ali está, mestre, bem como o senhor disse. Ele bate com a descrição indicada. Estava certo, ele realmente voltou.
            A pessoa o qual ele apontou na imagem, era ninguém menos que Yuri. O mestre necromante aproximou o olhar e ao ver o rosto do ceifeiro, abriu um sorriso que demonstrava interesse. Então se virou para o necromante e disse:
            -Vá para a capital. Eu farei a canalização daqui. Você fará o contato.
            -Entendido. –Respondeu o Necromante e deixou a sala.
            O mestre necromante estendeu sua mão para a imagem mágica reproduzida e começou a canalizar poder mágico para a palma. Enquanto ele fazia isso, seus olhos brilhavam ainda mais azuis, como se estivesse emanando aura, Então disse baixo:
            -Canalização espiritual.- E uma corrente roxa saiu de sua mão, entrando na imagem, e parecia ter prendido algo. Em um movimento curto, ele puxou a corrente pra fora da imagem, trazendo para a sala, a quem parecia ser o próprio Yuri! Ele rapidamente ficou chocado e olhou em volta, espantado com a súbita mudança de cenário e então olhou para suas mãos, e percebeu que todo o seu corpo estava brilhando, e não conseguia tocar em si mesmo. Ele olhou para o mestre necromante e gritou:
            -Onde estou?! O que está havendo comigo?!
            -Acalme-se. Você não está aqui, pelo menos não de verdade. Eu criei um espectro de sua consciência e trouxe até aqui. Eu apenas queria olhar para você, de perto. Nossa... você está muito diferente. – Respondeu ele, e após olhar em seus olhos, olhou diretamente para a adaga, presa em sua cintura.
            Yuri, então cresceu os olhos e abriu a boca, muito surpreso, ao ver a aparência do homem diante dele. Eram muito parecidos, mas o outro tinha uma expressão mais serena e concentrada no rosto, e seu cabelo era mais longo. Então perguntou:
            -Você...Quem é você? Você me parece muito familiar.
            -Com o tempo você se lembrará, Yuri. Saiba que estive esperando muito tempo que você voltasse. –Respondeu o mestre necromante.
                -Me responda! Eu vim para o império atrás de respostas!
            -Você as terá, mas será tudo no tempo certo. Não se preocupe, você saberá quem sou eu, e também, quem é você, Yuri. Todas as perguntas serão respondidas, basta ter paciência. Ah... Também não podemos esquecer dele.
            -Ele quem? Me diga!
            -Sinto muito, não posso. Apenas continue seu caminho, está no rumo certo.
            -Mas...
            Antes que Yuri pudesse dizer mais alguma palavra, o mestre necromante fez um movimento rápido, estendendo a mão em sua reta, e então ele foi jogado para trás, entrando de volta na imagem, que se fechou logo em seguida, e as cartas permaneceram na mesa, imóveis e sem brilho. Yuri então abriu os olhos e estava caído no chão, no meio da floresta, com todos em volta observando preocupados. Ele se levantou rapidamente como se tivesse acordado de um sonho, então Rose tentou acalma-lo:
              -Calma! Calma...está tudo bem. Você desmaiou... Como está se sentindo?
            -Ugh... minha cabeça está girando...Tinha um homem, ele parecia comigo, um mago...diferente de qualquer outro que já vi, ele se vestia diferente.
            Neloph se aproximou e perguntou:
                -Um mago? hm... E o que ele disse?
            -Ele sabia quem eu era, mas não me respondeu nada sobre ele. Ele disse que apenas queria me ver. A forma o qual ele olhou para a minha adaga...Ele com certeza sabe de alguma coisa, então preciso encontra-lo.- Respondeu Yuri.
            -Não diga besteira, você estava apenas sonhando. –Disse Jenny.
            Yuri olhou para Neloph, que estava com uma expressão séria, mas não disse nada, então olhou para a direção que a trilha seguia e disse:
               -Vamos. Estamos quase lá.
            Depois de alguns minutos andando, Rose se lembrou de algo estranho que havia acontecido, então se aproximou de Neloph e cochichou:
              -Por que você contou sobre Yuri para aquele templário?
            -Cedo ou tarde ele descobriria, além do mais, eu sabia que no fim das contas ficaria tudo bem, pois nós salvamos eles. –Respondeu Neloph.
            Rose então se calou e continuou fazendo uma expressão meio desconfiada para o arquimago, que parecia pensativo sobre o que aconteceu com Yuri. Já havia se passado pouco mais de 5 horas desde que deixaram Serenia, e já faltava pouco para chegar na Cidade Imperial. Quando eles saíram da floresta serena, deram de cara com uma belíssima paisagem, de um planalto o qual estavam. Avistavam um enorme campo verde que expandia até onde a visão deles iria, ao Norte. Ao noroeste, avistavam na distância, torres e muros colossais cercando uma ilha, e logo atrás, o Mar manso, onde podia-se ver alguns navios. Jenny disse, encantada com a visão:
            -Uau! É enorme, bem como fomos informados.
            -Hein? Informados? Onde conseguiram essa informação? –Perguntou Neloph confuso.
            -Ah, é que eu tenho um colega que se mudou para cá recentemente, ele foi aceito na ordem dos guardiões cruzados. Ele nos falou sobre a cidade quando veio visitar Prontera, semanas atrás. - Respondeu Arthos. –Mas ele não falou o detalhe de se tratar de uma cidade portuária.
            Yuri permaneceu calado e continuaram andando seguindo uma trilha que dava no portão leste. Quando se aproximava, percebeu que era ainda maior do que estavam pensando. Os muros se estendiam a metros de altura, podia-se ver várias construções feitas como arranha-céus e no centro, a visão mais gloriosa: O palácio Imperial, Uma robusta torre que excedia tudo na altura, tanto que podia ser visto de qualquer parte da cidade. Eles perceberam então que a região central da cidade e o palácio são localizados numa ilha, e que a entrada o qual estavam era a área costeira da cidade. Yuri respirou fundo e atravessou o portão gigante que estava aberto. Dois guardas, que usavam armaduras parecidas com a de um cavaleiro rúnico, porém com a cor preta, e a capa azul, usavam capacetes com chifres e que combinavam com seus uniformes e escondiam seus rostos: Eram cavaleiros negros. Ambos mantinham a postura de guarda nos padrões: Seguravam com as duas mãos no cabo de suas enormes espadas, viradas com a lâmina para baixo. Um deles olhou para o grupo que adentrava a cidade e disse:
            -Bem-vindos, forasteiros, à capital nacional do império! Sigam em frente e encontrarão um guia de turismo que lhe darão as devidas indicações.
            Eles seguiram pela rua principal, lotada de pessoas, indo e vindo, de várias direções e todos os tipos. Bem a frente, encontraram outro cavaleiro negro, parado no meio do caminho. Esse não usava capacete então eles viram seu rosto: Ele tinha o cabelo curto e moreno, jogado para trás, seu rosto era de alguém jovem, sua pele era branca e pálida, como a de Yuri, e seus olhos eram azuis claros, também como o de Yuri. Na primeira impressão, estava bem claro que era alguém parecido com ele. O cavaleiro negro estava sorrindo, olhando fixamente para Yuri que se aproximava com desconfiança. Quando chegou perto, parou e olhou fixamente para ele, que continuava sorrindo. Então ele acenou com a mão:
            -Yuri, querido irmão, então você finalmente chegou! Hahaha, olha só pra você! Com a mesma expressão séria desde à última vez que nos vimos. Zedrik ficará feliz em vê-lo, mas provavelmente ele já deve ter te visto... No fim das contas ele estava certo, você voltou para nós.
            Yuri permaneceu calado, com a mente bagunçada. Ele não entendia nada do que aquele homem estava falando, embora seu rosto e sua voz lhe pareciam familiares. Pensou em como o chamou de irmão:’ Eu tenho irmãos?’ pensou ele. Certamente não se lembrava de nada, mas sabia que para conseguir respostas, era necessário perguntar. Então ele suspirou e perguntou ao cavaleiro negro:
            -Quem é você?
            -Mas hein? Não se lembra de mim? hum... Parece que você não recuperou a memória tão rápido como nós, afinal, você foi mandado pra bem longe...pois bem, meu nome é Ryoji Azzariel, Capitão da 7ª divisão da ordem dos cavaleiros negros. Zedrik me disse para recebe-lo assim que chegasse aqui, pois sabia que você poderia não se lembrar de seu passado. Eu vou guia-los, e darei respostas a todos. –Disse ele.
            -Mas quem é Zedrik? – Yuri continuou confuso. O resto permaneceu calado, Neloph parecia estar pensando em algo, ficava ajeitando seu óculos a cada minuto. Então Ryoji começou a andar e todos o seguiram calados. Eles atravessaram uma ponte que ligava a periferia até a ilha central. Haviam muros gigantescos que cercavam a ilha também, como uma forma de divisão entre distritos. De lá puderam ver o palácio de mais perto: uma bandeira estava hasteada no seu topo: Era uma bandeira vermelha com um dragão dourado desenhado, de asas abertas e duas espadas também douradas, formando um “X” por trás da primeira figura. Ryoji começou a explicar um pouco sobre a cidade, atuando como se fosse um guia turístico:
            - A cidade imperial, também conhecida como Cirod, mesmo nome de sua província, foi fundada há mais de 2000 anos, no período do 1576º ano da 1º era, como uma cidade exportadora da então colônia Cirod, estabelecida pelo reino soberano de Varsódis. Depois da Independência, a cidade se tornou sede do reino, que foi governado por um Herói imortal que anos depois levaria a fundação do Império. Bem, ele governaria até hoje como imperador, mas ele misteriosamente desapareceu até alguns anos, e seus herdeiros estão por ai, mas de qualquer modo, hoje, o império é administrado por um conselho parlamentar e óbvio pelo imperador Jardis III. Como próprio nome diz, é o 3º dessa dinastia que assumiu o trono, há 40 anos, desde que o imperador anterior desapareceu. - De repente, Ryoji parou de andar e começou a falar de forma mais discreta, enquanto todos ouviam calados:
            -Para ser honesto, pode se dizer que a partir de hoje, o governo passará por um processo bem obscuro de transição novamente. O atual imperador é um péssimo governante, considerado tirano e corrupto. Há quem diga que toda a linhagem é suja, e responsável pelo desaparecimento do imperador anterior. Parece loucura mas basta olhar em volta: Nesses últimos anos, caos e tensão tem se espalhado não só por aqui, mas em todas as províncias, pois como pode-se ver, a cidade parece acabada em comparação com antigamente: criminosos lotam alguns bairros, construções estão arruinadas, índice de violência está altíssimo e o governo não parece estar nem ai pra isso, enquanto tiverem o dinheiro e poder deles. Felizmente temos apoio de alguns duques para tentar derrubar o atual imperador, mas ainda assim não será fácil.
            -Perai...você está contra o governo? –Perguntou Neloph.
            -Sim, mas nem toda a ordem dos cavaleiros negros está de pé com isso. Por isso eu pretendo infelizmente pedir ajuda aos nossos antigos rivais: Os guardiões cruzados.
            -Por que infelizmente? –Perguntou Arthos.
            -  Nós da nossa ordem sempre tivemos uma relação meio tensa em relação a eles, uma rivalidade que já resultou em brigas, entre outras coisas, mas dado esse momento, não vejo escolha se não se juntar com eles, pois estão do lado da igreja, que é a mais forte oposição ao governo. Zedrik também está do nosso lado, mas ele não pode fazer muita coisa, mesmo sendo líder da Universidade Arcana, pois lá também possui um conselho que está dividindo eles, mas pretendemos mudar isso em breve.
            -Por que está nos contando tudo isso? –Perguntou Yuri.
            -Porque você também irá nos ajudar, afinal você está metido nisso, mesmo que não se lembre. Você está usando a veste do primeiro ceifeiro, é seu dever fazer isso.
            -O que você sabe sobre ceifeiros? –Perguntou ele de novo.
            -Uma ordem que surgiu no início da 2ª era, com objetivo de proteger o império e manter a ordem. Não pertenciam a nenhum e ao mesmo tempo a todos os duques: Eles serviam aos justos e combatiam aos injustos. Foram desfeitos depois da mudança de dinastia. Não é por isso que veio restaurar a ordem?
            -Na verdade meu objetivo é salvar a guilda dos assassinos de Morroc, que está sendo comandada por um traidor, que agora está como Sicário. Ele é um tirano maluco que ainda vai afundar a guilda se eu não fizer nada. - respondeu Yuri.
            -Seus objetivos não deixam de ser nobres, mas você precisa entender que o Império precisa dos ceifeiros de novo. Isso é seu destino, Yuri Azzariel, você nasceu aqui, e você precisa dar sua vida pelo Império, pela sua terra natal.
            -Do que você me chamou? –Perguntou Yuri
            Ryoji respirou fundo e disse apontando para uma rua pequena cujas casas estavam abandonadas e próximas do muro interior:
            -Tá vendo aquele local? Ali estão reunidos alguns renegados que vieram de Morroc, fale com eles que você quer comprar um daqueles sobrados que estão abandonados...Pegue esse dinheiro para ajudá-lo. Eu preciso agir uma coisa, eu volto em poucos minutos.
            -Mas...- Yuri tentou falar, mas Ryoji andou depressa e desapareceu rapidamente no meio das pessoas que estavam circulando o local.
                   -Não vai segui-lo? - Perguntou Jenny.
            Yuri olhou para o saco de zeny que ele havia recebido, então se virou para o outro lado, onde estava a rua e disse:
            -Vamos. –Todos seguiram ele.
            Entraram na pequena rua que era sem saída, cercada de sobrados arruinados e bem escura, como um beco onde ocorrem assaltos ou sequestros. De repente, eles viram adagas voando de um lado para o outro e flechas indo ao contrário delas. Eles então viram renegados com arcos apontando para cima, então olharam para aquela direção, e viram dois algozes nos telhados. Yuri se virou para Neloph e disse:
            -Congele aqueles renegados.
            -Entendido. - Respondeu Neloph. – Arthos, por favor, me cubra enquanto conjuro uma nevasca.
            -Ok, deixe comigo- Respondeu o templário e avançou encima chamando a atenção dos renegados que ficaram confusos em ver ele chegando para atacar do nada.
            Os renegados começaram a atirar flechas, que foram defendidas pelo escudo de Arthos, que ao chegar bem perto, investiu contra um deles, batendo o escudo. O renegado atingido desmaiou com o impacto que pegou na cabeça. O outro estava pra pintar alguma coisa no chão, mas logo uma frente fria caiu em cima deles. Arthos correu antes que fosse atingido e então os renegados foram todos congelados. Yuri foi dar um passo à frente, mas uma adaga foi arremessada e parou perto de seu pé. Logo em seguida, os algozes desceram do telhado o qual estavam e “pousaram” de forma leve diante de Yuri. Mesmo com metade do rosto mascarados, Yuri os reconheceu na hora.
            -Hissen? Yoshino? –Disse ele.
            Então os algozes tiraram as máscaras e sorriram para ele: Um era Hissen, o algoz o qual Yuri conversou em Morroc, e a outra, era Yoshino, uma algoz com cabelo azul escuro e longo, amarrados como um rabo de cavalo e tinha os olhos verdes. Ela parecia ser bem jovem para uma algoz, mas certamente era uma das melhores. Yuri foi até eles e os abraçou com um braço em cada, e depois perguntou:
            -O que vocês estão fazendo aqui?
            -O que você acha? Viemos te ajudar! –Disse Hissen sorridente.
            -Não podíamos deixar você fazer isso sozinho. –Disse Yoshino, também sorrindo.
            Rose olhou para ela com uma expressão inexplicável, estava admirada pela beleza daquela mulher, e pensou: ’O que será que Yuri tem em relação à ela?’ Então ela tentou voltar pra realidade.
            -Mas e Kegh? Sabem que ele vai caça-los por isso, não sabem? –Disse Yuri.
            -Estamos cientes. - Respondeu Hissen.
            -Mas logo vamos virar essa mesa. Ele quem será caçado, mas primeiro vamos atrair ele para cá. –Completou Yoshino. –Nós não estamos mais com a guilda, mas eles também não sabem disso.
            Yuri comentou:
                 -E é por isso que criarei a nossa própria guilda, ou melhor, ordem de assassinos, aqui em Cirod, mas primeiro, tenho que entender o que aquele Ryoji quer...Ele falou sobre a ordem, sobre o império, e sobre mim também. Creio que logo encontrarei mais respostas, mas primeiro vamos ao que interessa: Ele disse para comprarmos essa casa arruinada.
                  -Hum...creio que vale a pena. Pela aparência, o custo para reformar não seria alto. –Disse Neloph.
         -Não creio que faremos grande reforma, precisamos fazer isso permanecer como se fosse abandonado, para não chamarmos atenção. –Disse Hissen.
            -Hum...mas de quem exatamente vamos comprar esse lugar? –Perguntou Rose.
            -Deles...- Disse Yuri apontando para os renegados que estavam congelados pela nevasca.
            De repente, o gelo começou a cair e derreter, aos poucos os renegados foram se soltando e então caíram no chão. Yuri conversou com eles, que estavam brigando com os algozes pelo esconderijo, pois eles estavam tentando ganhar espaço na cidade. Yuri poderia simplesmente mata-los e tomar o local, mas ele sabia que precisaria manter uma boa relação com os renegados, pois eles sabiam obter recursos e dinheiro, de formas inimagináveis, além de serem ótimos combatentes e espiões, e que também tinham ligação com os misteriosos desertores, a guilda que operava de forma clandestina dentro do império. Ele negociou e no fim acabou comprando o local por 3 milhões de zenies, o que incluía a pequena rua fechada e suas casas. Gastou parte do seu dinheiro mais a parte dada por Ryoji. Então os Renegados mostraram uma entrada secreta dentro da maior casa, onde uma de suas paredes era móvel e dava em uma escada para o porão, onde era um espaço pequeno mas confortável, com algumas camas espalhadas e uma mesa no centro, cheia de papéis velhos. Após isso, os Renegados deixaram o local para eles e manteriam contato para outras negociações.
            Yuri então disse:
            -Esse porão será usado para analisarmos os planos e reuniões. Eu vou checar o térreo e o andar de cima. Enquanto isso vejam se encontram alguma coisa útil por aqui.
            -Eu encontrei um mapa da cidade. –Disse Arthos.
            Yuri então subiu a escada que retornava ao térreo da casa. Ela possuía móveis velhos e cheios de teias. Parecia que tinha sido abandonada há um bom tempo. De repente, de tanto olhar para o cenário, Yuri começou a ter lembranças súbitas de seu passado. Ele viu ele mesmo como uma criança, correndo pela casa, segurando um pequeno stiletto e se escondendo debaixo do sofá que estava ali.  ’Sou eu! Essa casa...eu morei aqui!’ e então uma criança ainda menor veio correndo segurando uma espada de madeira. Ela gritava alegremente:
            -Yuri, eu vou te achar, e quando acha-lo, vamos lutar de novo, hahaha!
            Então o pequeno Yuri embaixo do sofá começou a rir baixo. A outra criança, a qual Yuri viu agora, que era um garoto, disse:
            -Eu ouvi isso, e já sei onde você está!
            E chegou com tudo derrubando o sofá no chão, com uma força incomum para um garoto. O pequeno Yuri se levantou, apontando o pequeno stiletto, dizendo:
            -Há! Você me achou, mas agora você terá que me derrotar, Ryoji, irmãozinho.
            Então os dois começaram a trocar golpes entre espada e stiletto. Ryoji atacava com força e parecia ter vantagem por ter uma arma maior, mas Yuri era mais rápido com os golpes, e sua faca era de verdade, o que levou à quebra da espada em pouco tempo. Ryoji então resmungou:
            -Droga, por que você pode ter uma arma de verdade e eu não?
            -Porque você é muito novo pra isso, irmãozinho. –Respondeu o pequeno Yuri, sorrindo e colocando a mão na cabeça de Ryoji. - Não esquenta, depois o papai te dará outra dessa.
            -Mas e Zedrik? Ele é mais velho que você e não vi ele com nenhuma arma...
            -Ele é um chato, só fica lá naquele quarto, estudando magias, lendo livros e tal. Isso é tão entediante. Vamos lá encher a paciência dele?
            -Hehe vamos sim.
            Os dois correram subindo as escadas que levavam para o andar de cima. Então uma mulher que aparentava ter uns 30 anos, usando um vestido comum de donzela, se aproximou da sala que eles estavam e arrumou o sofá que eles deixaram caído. Ela então suspirou dizendo:
            -Esses meninos...Não conseguem parar quieto. A essa altura devem estar indo atrás do irmão.
            Então ela deu um pequeno sorriso e se sentou no sofá.
            -Azzariel deve chegar daqui a pouco. Vou esperar aqui mesmo.
            Então Yuri viu, na parede, como se fosse para exibição, uma katana cuja bainha era igual a de sua adaga, Betrayal. Era como se fosse uma versão maior dela. De repente sua lembrança se desfez e ele se viu de volta na mesma sala só que abandonada. ’Aquela mulher...era minha mãe...eu me lembro...’ pensou ele, então seguiu para as escadas o qual viu ele mesmo e seu irmão mais novo subindo, que dava em um cômodo com uma mesa e 5 cadeiras velhas, e várias estantes empoeiradas em volta, com livros antigos. Ele se lembrou também que sentava ali com seu irmão para ouvir histórias contadas pela mãe, sejam criadas por ela, ou pelos livros que eles tinham na estante. Na parede ao fim, tinha uma porta fechada. Ao olhar fixamente para ela, começou a ter lembranças novamente, onde continuou da parte o qual viu ele mesmo novo e seu irmão subindo as escadas. Eles atravessaram correndo a sala dos livros e foram direto para a porta, que na lembrança também estava fechada. Ryoji começou a bater e gritar:
            -Zedrik! Saia daí e venha lutar comigo, hahaha.
            -Me deixa! –Respondeu uma voz masculina um pouco mais velha do outro lado da porta.
            O jovem Yuri então disse para Ryoji:
            -Bah, não adianta, ele não vai sair...mas podemos entrar. –E deu um sorriso malicioso.
            -Vai lá então. –Disse Ryoji rindo baixo.
            O jovem Yuri então tirou uma espécie de fio de seu bolso e começou a tentar destrancar a porta, pela fechadura.
            A porta deu um estalo, então ele disse:
            -Consegui!
            Então o jovem Ryoji disse:
            -Vou abrir!
            Então ele saiu empurrando a porta que ao abrir, bateu de maneira forte na parede, fazendo um enorme barulho. (Ao mesmo tempo, Yuri abria a porta fechada com um barulho de porta velha). Diante deles, estava um quarto pequeno, que tinha apenas uma janela na frente da cama que ficava de lado em relação à ela. Do lado dentro em relação à cama, tinha de um lado, uma estante de livros, como as que estavam na sala o qual vieram, e do outro lado, uma mesa cheia de papéis e anotações, com um bastão de madeira largado por cima. Na cama, estava sentado um garoto um pouco maior que os outros dois. (Eles tinham 3 anos de diferença entre eles). Ele estava sentado com as pernas cruzadas, e com o lençol cobrindo todo o corpo e parte da cabeça como um capuz. Quando viu os dois, tirou o lençol e levantou rapidamente dizendo:
            -Eu disse para me deixarem! Droga, como vocês são teimosos!
            Assim que ele tirou o lençol revelando o rosto, Yuri reconheceu aquele garoto vendo seu cabelo e o rosto sereno. Era o mesmo que o “invocou” e se vestia como um mago: O mestre necromante. Os três tinham a mesma cor de pele, cor de olhos e cor de cabelo, o que mudava era o formato do rosto e o estilo do cabelo. O mais velho, Zedrik, tinha o cabelo mais longo, a ponto de parte dele tapar seu olho direito e de usar uma pequena fita na sua ponta de trás, prendendo ele. Yuri tinha o cabelo médio e desarrumado, enquanto Ryoji tinha o cabelo curto jogado para trás. Um era muito inteligente e tinha talento com magias, o outro era habilidoso e ágil, e o ultimo era forte e resistente: Zedrik Azzariel, atualmente o líder dos necromantes da universidade arcana, Yuri Azzariel, Atualmente um ceifeiro, tentando restaurar a antiga guilda de assassinos imperiais e Ryoji Azzariel, um cavaleiro negro cujas intenções ainda não foram reveladas. Retornando à lembrança, o jovem Ryoji apontou a espada de madeira quebrada para o jovem Zedrik gritando:
            -Lute comigo, irmãozão! Hyaaaaa! – E pulou encima dele como se fosse atacar. O jovem Yuri também pulou com o stiletto em mãos, mas um raio pequeno atingiu eles, jogando o jovem Ryoji para fora do quarto e o jovem Yuri para a porta. Ele se levantou rapidamente e viu outro raio vindo, então saltou para trás, e a porta se fechou. O jovem Zedrik usou magia para fecha-la e trancou novamente. De lá de dentro ele disse:
            -Não tentem entrar de novo! Se não queimarei vocês.
            Os dois meninos com o corpos queimados do choque começaram a rir um do outro e voltaram a correr pela casa. A lembrança se desfez novamente. Então Yuri fechou a porta do quarto e quando olhou novamente para a mesa daquela sala, teve uma breve lembrança de ver ele, Ryoji e Zedrik sentados ali, comendo a janta, enquanto a mesma mulher de antes vinha servindo mais comida. ‘Hessia’. Esse era o nome dela, a mãe deles: Ele se lembrou disso agora. Olhou para o outro lado da sala e viu uma porta aberta e caminhou até lá. Era um outro quarto, dessa vez com uma cama de casal, um guarda-roupa e uma estante onde pareciam guardar armas grandes como espadas e lanças.
            Ali, ele teve uma última lembrança onde viu ele jovem encostado na entrada, observando a mãe conversando com um homem que vestia uma armadura negra e com detalhes dourados. Por cima dela, ele vestia um manto vermelho com as bordas brancas e nas costas tinha o mesmo símbolo do império o qual Yuri viu mais cedo na bandeira hasteada no topo do palácio. Ele tinha o cabelo semelhante ao de Yuri, mas era mais longo para baixo, e então usava uma fita para prendê-lo assim como Zedrik. Seu rosto era de um senhor de meia idade, com a barba raspada. Sua pele era branca e seus olhos eram azuis claro(novidade!), bem diferente da mãe que tinha o cabelo longo e loiro, cujos olhos eram castanhos. Yuri percebeu que na aparência, ninguém herdou nada dela, e mais importante, percebeu que aquele homem era o seu pai. Ele abriu a boca ao perceber e por instinto, disse seu nome baixo:’ Azzariel’. De repente, uma voz familiar vinda de trás dele falou:
            -Isso mesmo, Yuri Azzariel.
            Ele se virou rapidamente e viu que quem disse aquilo era Ryoji, que estava encostado na parede e de braços cruzados observando tudo. Yuri então disse ainda meio confuso:
            -Yuri...Azzariel? Esse é o nome de nosso pai.
            -Exato, irmão. Nós herdamos não só a aparência mas também seu nome como nosso sobrenome. Nossos pais não era afiliados a nenhuma família, portanto nenhum deles tinha um sobrenome, mas o nome de nosso pai tinha um enorme valor na época, por isso usamos isso como nosso sobrenome.
                 -Quem era Azzariel exatamente?
            -O fundador do Império. E também Imperador que governou Cirod por incontáveis anos. Um demônio poderoso, um ser imortal e lendário. Muitas coisas. As lembranças que você teve aqui, eu também tive, assim como Zedrik. Isso foi no mesmo ano que ele desapareceu e não sabemos o paradeiro dele.
            -E nossa mãe? -Perguntou Yuri
            -Morta. Uma humana o qual Azzariel se apaixonou quando veio para a cidade imperial, veio a se tornar imperatriz e governou ao lado dele.
            -Como ela morreu?
            -Entrarei nesse detalhe em breve, pois é um dos motivos o qual sua volta para cá seja muito importante. Mas digo primeiro o seguinte: Essas lembranças, como eu disse, são do mesmo ano que Azzariel desapareceu, ou seja, 40 anos atrás. Nesse período, eu tinha 5 anos, você tinha 8 anos e Zedrik, 11 anos.
            -Ah, Zedrik! Era ele quem falou comigo quando estava chegando aqui na cidade! Onde ele está agora?
            -Bem, ele está em Winterpoint, capital de Briton, onde fica a sede da Universidade Arcana. Ele é o Arquinecromante e líder de lá. Ele vem para cá de vez em quando, pois aqui na cidade existe uma filial da guilda onde os necromantes estudam. Por falar nisso, um dos necromantes disse que queria falar com você, creio que seja uma mensagem dele. Você deveria ir lá na guilda.
            -Eu irei, mas quero primeiro que me diga mais sobre o que aconteceu, e quem são os responsáveis. - Disse Yuri.
            -Pois bem...
            Fim do capítulo V
Dados dos personagens:
Yuri
Idade:48 anos (aparência de 25)
Nacionalidade: Cirod, Cidade Imperial
Classe: Ceifeiro
Aparência: Olhos azuis-claros, cabelo moreno médio, pele muito branca, magro, altura média, usa um sobretudo aberto, branco, misturado a uma calça de assassino por baixo e botas. Esconde sua arma embaixo do sobretudo.
Hissen
Idade:23 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Morroc
Classe: Algoz
Aparência: Olhos vermelhos, cabelo branco curto, pele neutra, magro, altura média, usa um manto negro com placas de ossos como armadura. Mantém um par de katares em seus braços e adagas na cintura.
 
Yoshino
Idade:20 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Prontera
Classe: Algoz
Aparência: cabelo azul escuro e longo, amarrados como um rabo de cavalo, olhos verdes. Usa a vestimenta de algoz e duas katares negras como sua arma.
Neloph
Idade: 26 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Geffen
Classe: Arquimago
Aparência: Olhos verdes, cabelo moreno médio, pele neutra, altura média, usa vestimentas de arquimago, carrega um bastão dourado com um dragão dourado na ponta.
Rose
Idade: 22 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Alberta
Classe: Criadora
Aparência: Olhos castanhos, Cabelo longo e castanho, altura menor, usa vestimentas de criador(a), carrega uma bolsa e um carrinho com seu arsenal de poções e itens.
Jenny
Idade: 25 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Izlude
Classe: Cavaleira
Aparência: Olhos castanhos, cabelo azul-claro e longo, utiliza a vestimenta de cavaleira e uma espada de duas mãos.
Arthos
Idade: 27 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Prontera
Classe: Templário
Aparência: Olhos castanhos, cabelo curto e verde, utiliza vestimentas de um templário, carrega uma espada média e um escudo grande.
Ryoji
Idade: 45 anos (aparência de 25)
Nacionalidade: Cirod, Cidade Imperial
Classe: Cavaleiro Negro
Aparência: Cabelo moreno curto, jogado para trás, pele branca, olhos azuis-claros. Veste uma armadura negra, parecida com a de um cavaleiro rúnico, mas com detalhes diferentes, como a capa sendo azul e vários símbolos gravados na armadura. Usa uma gigantesca espada o qual carrega nas costas.
Zedrik
Idade: 51 anos (aparência de 25)
Nacionalidade: Cirod, Cidade Imperial
Classe: Necromante
Aparência: Cabelo moreno longo, que tapa seu olho direito e é preso por uma fita na parte ponta de trás. Pele branca e olhos azuis-claros. Veste um manto preto azulado, com faixas brancas e caveiras nos ombros. Não se sabe que arma usa pois foi visto sem arma nenhuma. Talvez não use nada.
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Mensagem por Ragna Ter Ago 02, 2016 2:08 pm

Capítulo VI - Revelações e planos


21 de abril 17:30 3E 145
Palácio BlackSpire, Winterpoint, Briton
            Era uma sala dessa vez iluminada por velas e algumas janelas de vidro cobertas com cortinas pretas, o que dava um ar sombrio ao local. No meio dela, havia uma mesa com um tabuleiro de xadrez, e diante delas, duas pessoas, sentadas em poltronas decoradas, estavam jogando uma partida, e tomando alguma bebida cara. Uma delas deu um gole da bebida e disse:
            -É sua vez, Zedrik. –Disse um homem com uma longa barba branca, cabelos igualmente brancos, tinha um tapa-olho em seu olho direito, que estava atravessado por uma cicatriz. Seu olho esquerdo era bem negro, como se não tivesse uma pupila. Ele vestia um manto preto com detalhes dourados e na parte de trás, tinha um símbolo real: Era o brasão símbolo de Briton. E por fim, usava um diadema negro com rubis, ametistas e esmeraldas na cabeça.
            Zedrik deu um leve sorriso, e sem demorar, moveu o bispo preto no tabuleiro e disse:
            -Seu rei está em xeque, senhor.
            O homem respondeu:
            -Hum... que inesperado. Sabe, ninguém o qual joguei isso foi capaz de me deixar em tal situação, estou bem surpreso. Agora diga, a que lhe devo tal encontro, Arquinecromante?
            -Sabe porque estou aqui. –Respondeu Zedrik.
            -É sobre os planos futuros do império. Eu já lhe disse o que você deveria fazer, não se lembra? –Disse o homem.
            -Lembro. É totalmente inválido tal ação. Não posso levar nada do que foi dito em conta. Acho que você não tem mais tanto senso desde que deixou a universidade, ainda mais para uma posição política como duque...
            Zedrik foi interrompido pelo bater de mesa do homem velho, que se levantou com uma cara furiosa, que fuzilava o olhar dele, a quem se mantinha com uma cara sem expressão. O velho então disse:
            -Mais respeito pelo duque, Zedrik. Mais inadmissível ainda receber tal insulto e questionamento de minha palavra de meu antigo aprendiz. Lembre-se que eu fui o Arquinecromante antes de você.
            -Mas se esqueceu que eu lhe superei? Você falou certo pelo menos, sou seu ‘antigo’ aprendiz. Já faz bastante tempo desde que eu conquistei meu título, e você deixou a universidade com vergonha. Eu sou mais poderoso que você, Helford, e por isso tomei de você o que é meu por direito. –Disse Zedrik, fazendo um sorriso ameaçador e apontando para o olho tapado do velho.
            O duque permaneceu em silêncio com uma cara ainda furiosa e se sentou. Zedrik ainda completou:
            -E não se esqueça que foi de minha influência você estar sentado no trono de Briton, Helford. Você ainda me deve.
            -Pois bem. –Respondeu o Duque. – Continue...
            Eles voltaram a jogar xadrez, então Zedrik começou a falar:
            -Como disse, é invalido simplesmente usar meu poder para ressucitar um exército de mortos-vivos e avançar sobre a província de Cirod, pois seria um caos político que teríamos em mãos. Precisamos de uma solução bem diplomática, antes de qualquer tipo de guerra.
            -E o que você sugere? Não me diga que vai voltar com aquele plano original... seu irmão sumiu, não tem como isso ser realizado sem ele. – Disse o duque.
            -Ele voltou. Ele está nesse momento na capital imperial, tomando conhecimento de seu papel nesse plano. A chave agora está diante do cadeado. Vamos fazer isso acontecer.
            O duque arregalou o seu olho visível ao ouvir aquilo e disse:
            -Yuri Azzariel... o 2º filho... era ele quem estava faltando...
            Zedrik fez mais uma jogada e disse:
            -Eu irei resumir o plano para você: Ryoji está formando relações diplomáticas com as guildas na cidade imperial e com o povo, principalmente com a ordem dos cavaleiros negros o qual ele faz parte... Eles levarão um tempo até serem convencidos de ajudar na causa, pois são muito fiéis ao trono do imperador. A igreja já tem posição oficial de oposição ao imperador, mas parece que nem mesmo ameaças de excomungar parecem colocar tanta pressão nele. Os guardiões cruzados logo vão seguir o mesmo caminho da igreja, só precisamos fazer contato com o grão-mestre deles, o duque da Galia...
            -Fernando de Magalhães...-Interrompeu o duque. – Aquele velho sempre foi bem metido a poderoso. Mal sabe ele o poder o qual temos aqui.
            Zedrik continuou:
            - Eu pedirei a Yuri para visita-lo assim que ele se aderir ao plano. Prosseguindo, alguns duques certamente não vão nos apoiar, pois alguns são bem leais à Jardis III e outros recebem riquezas dele. Primeiramente precisamos cortar essa verba que eles recebem. O imperador envia essas verbas através de bancos privados. Vamos eliminar os banqueiros e substitui-los por alguém de nossa confiança. Em seguida, eliminaremos diretamente os duques que mantiverem lealdade.
            -Para isso, você contará com os ceifeiros, correto?
            -Exato. Eu pararei o resumo por aqui, pois para prosseguir esse plano, preciso primeiro que o que eu disse anteriormente se realize.
            -É uma bela jogada diplomática para o começo, Zedrik. Mas por que de forma tão leve? Ah... já imagino... você, como líder dessa causa, planeja ter o trono para si, não é mesmo? – Perguntou o duque.
            -Não... eu não busco me tornar o imperador, se é isso que está pensando. Eu busco justiça pelo que têm acontecido ao Império que aos poucos está caindo.
            -Mentira. Eu posso ver nesse olho escondido ai. Você busca vingança. Na verdade, você até busca justiça, mas o que realmente lhe importa é se vingar pelos seus pais. Eu estou nesse jogo faz tempo, garoto.
            Zedrik deu um sorriso maligno e então uma aura negra emanava dele. A força mágica era tanta que seu cabelo se levantou, e onde era tapado por ele, mostrou seu olho direito: Era de uma cor escarlate e brilhava intensamente como se estivesse emitindo raiva, em oposição ao seu olho esquerdo que era azul-claro como os de seus irmãos. Ele fechou o punho com força e disse:
            - Eu também estou há muito tempo nesse jogo. Esse “garoto” tem 51 anos, e eu passei minha vida toda me tornando mais poderoso para destruir meus inimigos, mas o que compõe um mago também é sua inteligência. Diplomacia é a chave para o sucesso disso. Aquela linhagem pagará pelo que fez aos meus pais, e seus demônios servos também. Não adianta essa pressão para que Jardis deixe o trono. Mesmo que ele o faça, eu mesmo o executarei, ou um de meus irmãos o fará. Essa dinastia foi responsável pela morte de minha mãe, e pelo desaparecimento de meu pai. Vamos retribuir o feito.
            O duque sorriu para ele e disse:
            -Talvez tenha razão. Você me superou mesmo. Não vejo nenhum outro necromante mais digno de carregar meu olho. –Disse apontando para o olho vermelho de Zedrik.
            Ele então se acalmou e respirou fundo. A energia sombria parou de ser emanada por ele e seu cabelo se baixou, tapando seu olho direito novamente. O duque então continuou:
            -Você é o mago mais forte entre todos. Você poderia simplesmente ir até ao palácio e matar o imperador, e qualquer um que ficasse em seu caminho. Ninguém tem tamanho poder como você. Você já atingiu uma escala sobre-humana de tanto poder mágico. Você é praticamente um deus.
            Zedrik, com a cara séria, respondeu:
            -Talvez... mas acho pequeno seu conceito sobre “deus”. Deus é muito mais que energia mágica, do que esse poder que possuo.
            -Oh... Não esperava que você tivesse tal fé... Achei que não acreditasse nessas bobagens...
            -Eu não creio apenas por mim, mas por minha mãe.
            -Oh?
            Zedrik manteve uma expressão séria e foi saindo da sala. Antes de fechar a porta, virou-se para o duque e disse:
            -Helford, seu apoio nessa causa dará grande efeito para que os necromantes também ajudem... faça o que tem que ser feito. - Disse e deixou a sala.
            21 de abril 18:00 3E 145
            Casa abandonada, cidade imperial, Cirod.
            Yuri viu que todos os outros estavam subindo as escadas, então voltou a olhar para seu irmão mais novo, Ryoji. O cavaleiro negro esperou todos ficarem em volta e começou a falar:
            -Eu os chamei aqui, pois se pretendem trabalhar juntos, precisam conhecer nossa história. Vejamos, por onde começo...primeiro deveria lhe explicar quem era Azzariel exatamente.
            -...-Yuri ficou calado atento àquelas palavras.
            Ryoji começou:
            -Azzariel não é humano. Nunca se soube do passado de sua vida, mas é dito que surgiu como um general de Varsódis, mas a verdade é que ele nunca veio de lá. Quando os colonizadores vieram para este continente, ele já estava aqui. Ele se vestia como um cavaleiro caído, com uma enorme espada sombria em suas costas. Ele vivia vagando pelas terras do que se tornaria o Império, matando demônios. Esses monstros se tornariam um problema grande para os colonizadores na época. Muitos estavam com um pé atrás, dizendo que essas terras eram amaldiçoadas, mas quando foram chegando em massa, Azzariel ofereceu sua força para ajudar ao exército de humanos a vencer aquelas hordas infernais. Foram durante as batalhas que perceberam que ele não era um humano, pois usava poderes semelhantes aos demônios mas com muito mais potência. Ele então revelou para os comandantes mais confiáveis que ele também era um demônio, mas que passou a rejeitar sua natureza maligna, e cansado de ver os demônios oprimindo as criaturas da Terra, ele deixou o submundo e veio fazer o que os humanos na época não sabiam fazer: Selar portões do submundo, o qual os demônios criavam para invadir. Pode-se dizer que foi graças a Azzariel que a colônia foi estabelecida. Mas o ápice da guerra estava ainda por vir: Já ouviram falar no “Ragnarok”?
            Yuri permaneceu calado, enquanto todos ficavam olhando uns para os outros, confusos.
            Neloph respondeu ajeitando os óculos:
            -Claro...o crepúsculo dos deuses, a batalha final. Mas o que isso tem a ver com Azzariel?
            Ryoji prosseguiu:
            -Em Rune-Midgard, esse evento foi descrito dessa forma, mas aqui em Cirod, a visão foi completamente diferente: Não vimos deuses descerem e lutarem ao lado de humanos contra forças sombrias. O que aconteceu foi que o rei demônio, o imperador Morroc, ao saber da traição de Azzariel, veio para este mundo com um enorme exército. As forças divinas não poderiam ficar paradas com isso, por isso o que o povo testemunhou naquela época foram anjos descendo do céu (ou os Aesir, na visão de Rune-Midgard), e se aliando aos humanos na batalha. Agora direi algo que somente os guerreiros de Cirod testemunharam: A batalha entre Morroc e Azzariel, exatamente aqui, nessa cidade, há mais de mil anos.
            Jenny abriu a boca:
            -Aqui? Você quer dizer, tipo, aqui mesmo, nessa cidade? Nossa!
            Ryoji continuou:
            -Isso mesmo. O local da grande batalha foi essa cidade, que fora completamente destruída, para anos depois ser reconstruída como a capital do Império recém-formado. O que aquelas pessoas concluíram ao ver aquela batalha foi que Azzariel não era um mero demônio, e não era general apenas entre os humanos mas também entre demônios. Ele matou centenas senão milhares deles, além de derrotar o Imperador Morroc sozinho. Uma vez, tendo banido ele de volta para o submundo, o que sobrou se enfraqueceu, e os portões do inferno foram se fechando. A vitória havia sido alcançada, e então os anjos deixaram a Terra.
            Yuri disse:
            -Então no fim das contas, foi um demônio quem salvou os humanos daqueles demônios? Quem diria...
            Ryoji respondeu:
            -Sim, mas o Imperador Morroc nunca vai esquecer a traição de Azzariel. Esse nome irrita muito ele. Enfim, com a guerra vencida, Azzariel não poderia voltar para o submundo, então passou a viver como um humano, se envolvendo nas guerras deles. Ele havia se tornado o então rei de Cirod, mas ainda tinha que lidar com problemas de outros reinos e demônios que ainda vagavam por ai. Foi quando a ideia de um império floresceu na corte, então ocorreu aquilo que falei antes. Azzariel foi coroado como Imperador e governou por séculos, até 40 anos atrás. Nesse tempo todo, o império tinha conhecimento de outros reinos ao sul, mas preferiu ficar isolado tomando conta de seus próprios problemas.
            Rose completou:
            -Até dois anos atrás, quando resolveram fazer contato...
            Ryoji respondeu:
            -Exatamente. Mas o importante foi o que aconteceu há 40 anos: um pouco antes disso, claro, enquanto Imperador, Azzariel se apaixonou por uma bela humana o qual não vinha de nenhuma família nobre, nem mesmo de uma pobre. Era totalmente sozinha.
            Yuri interrompeu:
            -Hessia...-Ele não queria interromper, mas acabou não resistindo em dizer o nome de sua mãe, ao se lembrar dela. Ele permaneceu em silêncio olhando para baixo por alguns segundos então voltou a olhar atentamente para seu irmão e disse:
            -Continue.
            Ryoji balançou a cabeça positivamente e prosseguiu:
            -Em pouco tempo, Azzariel e Hessia se casaram e ela se tornou sua rainha, o que ajudou muito na manutenção do Império pois ter uma representante humana era bem visto aos olhos do povo, além de que ela entende bem o coração das pessoas, ao contrário dele, que tentava apenas se comportar como humano. Enfim chegamos a parte em que nascemos. Não preciso falar muito sobre isso, o que importa é o seguinte: De um dia para o outro, nós que vivíamos nessa casa, visto pelas pessoas como príncipes, fomos separados e tivemos nossas memórias apagadas.
            Yuri perguntou:
            -Mas e quanto aos ceifeiros? Eles não foram fundados para proteger ao Império? E isso não inclui aos herdeiros do império?
            Ryoji respondeu:
            -Verdade. Voltando um pouco a história, Azzariel também foi quem fundou a ordem dos cavaleiros sombrios, sendo ele o primeiro general. Isso foi na época em que os humanos pediram para ele treina-los a usar poderes sombrios misturados à arte da espada. Depois ainda reuniu indivíduos “especiais” que formariam os ceifeiros.
            Yuri perguntou:
            -Como assim “especiais”?
            Todos olharam atentamente pois essa pergunta também se passou na mente deles.
            Ryoji respondeu:
            -A arte da furtividade e espionagem era novidade naquela época. Poucos eram os que a dominavam. Azzariel reuniu esses e lhes ensinou a utilizar poderes sombrios para aprimorar seus desempenho nessas coisas. Eles se tornaram os temidos e respeitados assassinos imperiais. O povo, vendo como eles eram sinônimo de “morte” para os seus inimigos, começaram a chamá-los de “ceifeiros”, tipo aqueles demônios que carregam foices para executar suas vítimas. O curioso é que vários de seus membros eram envolvidos com a Igreja, por isso eles tomaram a tradição de se vestir de branco para se representarem como “purificadores”, e também, desde a fundação, seu líder usava uma manta especial para representar seus “status” que era passado para o próximo líder, ao longo do tempo. Ah, é essa que você está usando, Yuri...Ela pertenceu ao primeiro ceifeiro, Wokir, e também ao último líder, Jerard. Ele era um amigo de Azzariel...
            Yuri olhou para seu sobretudo e respondeu:
            -Isso estava comigo desde que fui parar em Morroc sem minhas memórias. Eu mantive guardado porque achava inútil, até que fui expulso da guilda dos assassinos. Deixei de lado a vestimenta do Sicário, e passei a usar isso.
            Ryoji disse:
            -Eu ia explicar isso antes, mas resolvi falar sobre os ceifeiros primeiro, então agora vamos voltar na parte em que nós nos separamos e perdemos as memórias: Azzariel tinha um conselheiro na corte, um feiticeiro chamado Jardis. Um dia, ele traiu o imperador, quando o Imperador Morroc veio com um plano para trazer Azzariel de volta ao submundo, em troca de dar o trono imperial para Jardis. Assim começou a “traição de um traidor”. Jardis atacou nossa casa invocando demônios para atrair a atenção de Azzariel. Hessia foi morta protegendo seus filhos, até Azzariel chegar e matar aqueles demônios. Ele enfrentou Jardis, que tentou selá-lo de volta ao submundo, mas algo deu errado e Azzariel conseguiu escapar, levando aos filhos para longe. Jardis certamente teria os matado também, se Hessia não tivesse feito nada. Jardis não era o mais poderoso feiticeiro, mas graças ao Imperador Morroc que lhe deu poder, ele havia sugado boa parte da força de Azzariel quando tentou selar ele, que fugiu da cidade com nós três, nos separou e apagou nossas memórias, mas não nos deixou desprotegidos: Para Zedrik, ele deu um bastão mágico especial das sombras, chamado “Grave Flower”. Para mim, ele deixou sua espada gigante, “Firewrath” e para você ele deixou a ka...er...adaga, chamada Betrayal, e junto ainda deixou o manto de Jerard, que foi morto pelos demônios de Jardis, junto a alguns ceifeiros. A ordem foi desfeita e os ceifeiros restantes se espalharam pelo Império. Nosso pai nos levou para o reino de Rune-Midgard, onde o império ainda não tinha olhos. Ele me deixou em Prontera, na capital, Zedrik em Geffen e você em Morroc. Ele fez assim pois sempre soube que tipos de habilidades nós iriamos desenvolver... Ele então desapareceu...
            Jenny interrompeu:
            -Agora parei pra pensar...Morroc é o nome da cidade também, mas por que?
            Arthos respondeu:
            -Essa eu sei, mas creio que não seja uma boa hora pra falar. Então depois eu te explico.
            -ok. - Respondeu Jenny.
            Ryoji olhou fixamente para Yuri e disse:
            -Agora você entende, irmão, porque é seu dever nos ajudar a derrubar essa dinastia falsa? Nosso pai teve um motivo para lhe dar a manta do ceifeiro líder...
            Yuri interrompeu apertando os punhos:
            -Sim...Em nome do antigo imperador, eu, Yuri Azzariel, juro restaurar a ordem dos ceifeiros e limpar a corte do império. Também farei eles pagarem pela morte de nossa mãe, a rainha Hessia.
            Arthos então disse:
            -Parando pra pensar... se essa história é toda verdade, significa que vocês são os herdeiros do trono...
            Hissen disse em seguida:
            -Sim, já tinha percebido isso quando ele disse que Azzariel era o imperador...então, qual de vocês três assumirá? Seria pelo mais velho, não é?
            Yuri ficou calado e olhou para Yoshino por um instante.
            Ela disse baixo:
            -Yuri...está tudo bem?
            Rose tentou falar alguma coisa:
            -Então...- Acabou se mantendo calada.
            Neloph estava apenas com a mão na cabeça e de olhos fechados.
            Ryoji então disse:
            -Zedrik assumiria na teoria, mas ele não quer...a partir daí, pode ser tanto eu quanto Yuri...Mas isso não é algo que vamos discutir agora. Primeiro temos que seguir adiante ao plano. Alguém de vocês está dentro?
            Yuri abaixou a cabeça e disse:
            -Ryoji, não os arrastem para dentro disso. Isso é problema nosso. Eles nem são do Império.
            Hissen e Yoshino dão um passo à frente. Ele disse:
            -Conosco claro que ele pode contar. Ele esteve do nosso lado, e agora nós estaremos do lado dele.
            Yuri continua calado olhando para baixo.
            Jenny começou a falar com determinação:
            -Eu sou uma cavaleira honrada pela cavalaria de Prontera, leal ao Rei e ao povo de Rune-Midgard. Eu sempre carreguei com honra meu título e meu dever. Mas isso já não importou quando Yuri nos salvou. Devo minha vida a ele, e o seguirei até a morte. Se for preciso, renunciarei aos meus títulos e privilégios de cavaleira de Prontera e jurarei lealdade ao Império de Cirod! – Ela então encrava sua espada no chão.
            Ryoji então disse:
            -Como quiser. Mas para se tornar um cavaleiro sombrio, você deverá atingir ao título máximo na cavalaria de Prontera: Você deverá se tornar primeiro uma cavaleira rúnica.
            Jenny respondeu:
            -Que assim seja, então. Farei o meu melhor.
            Arthos ficou surpreso e disse:
            -Ei, não acha que está sendo muito precipitada? Calma ai, vai fazer isso mesmo?
            Jenny olhou para ele com um olhar sério de quem não voltaria atrás. Ele então disse:
            -Ok...pelo visto vai...Eu quem não vou te deixar, afinal somos parceiros, só depois não reclame comigo se você se arrepender disso. Eu também vou me arrastar pra esse plano. Eu também fiz meus votos para me tornar um templário, com honra e senso de justiça. Por Deus, eu ajudarei à essa pessoa que me salvou. Sei que estarei fazendo a coisa certa, então se for preciso, também renunciarei aos deveres da igreja de Prontera e jurarei minha espada pelo Império de Cirod e meu escudo para proteger seu povo. Que Deus tenha misericórdia de nós.
            Ryoji então disse:
            -No império você poderá continuar servindo à Deus, mas para se tornar um Guardião Cruzado, você terá que ter o título de Guardião Real, em Prontera.
            Arthos respondeu:
            -Ok. Deixa comigo.
            Rose levantou a mão:
            -Hã...Eu tenho uma pergunta: Porque eles teriam que renunciar ao reino para ajudar Yuri?
            Ryoji respondeu:
            -Porque vocês irão formar uma guilda, e aqui no império só são aceitos guildas com membros que pelo menos se tornem potenciais à assumir um título imperial, como por exemplo um paladino, um lorde, um mecânico, etc. Eles não podem ser membros definitivos se tiverem títulos de outro reino.
            Rose então deu um sorriso e falou de forma alegre:
            -Então contem comigo! Eu sou uma Criadora, e farei o meu melhor por essa futura guilda.
            Yuri começou a sorrir disfarçadamente ainda de cabeça baixa.
            Neloph veio andando pra perto dele e disse:
            -Entendo. Para Yuri se tornar um líder de uma ordem de ceifeiros, ele primeiro deve se tornar um líder de uma guilda, não é isso?
            Ryoji respondeu:
            -Exatamente. Ele deve ter pelo menos um título de nobreza para ser líder de uma ordem como a dos ceifeiros. Claro, o imperador não vai permitir a recriação dela, mas Zedrik cuidou para que os Duques consigam apelar para que seja permitido, por isso devemos seguir tudo dentro da lei. Os únicos que podem ser líder das guildas imperiais são os “guildmasters” ou os duques. Um exemplo disso é o duque da Galia, que é o grão-mestre dos Guardiões Cruzados. Ah, e Zedrik já foi o duque de Briton, além de ser o Arquinecromante, mas ele passou o cargo do ducado para seu ex-mestre.
            Neloph então colocou uma mão no ombro de Yuri e disse:
            -Heh...Isso vai ser mais interessante que eu pensei. Eu tô dentro. Não preciso ter formalidades, a guilda dos magos sempre foi autônoma em relação ao reino. Um dia me juntarei à Universidade Arcana.
            Ryoji então respondeu:
            -Nesse ponto, para saber os requisitos para isso, você deve perguntar a Zedrik. Ele nunca me contou essa parte. Tudo que falei aqui, foi ele quem passou pra mim, e agora estou cumprindo a minha parte de passar para Yuri o que sabemos. Talvez tenham alguns detalhes que nem eu sei, mas que só ele sabe...
            Yuri levantou a cabeça e disse olhando para Ryoji:
            -Irmão...obrigado...tudo o que disse hoje, foi bem esclarecedor. –Então olhou envolta para todos e disse:
            -E a vocês: Obrigado por me ajudarem...Eu não mereço nenhuma piedade nem ajuda pelo que já fiz em minha vida, mas mesmo assim, eu fico extremamente grato.
            Todos ficaram em silêncio com o que ele disse, mas logo Hissen cortou o clima ruim e disse:
            -Então, pessoal, está decidido. Por onde devemos começar?
            Ryoji respondeu:
            -Bem, vocês devem formar a guilda, mas primeiro, Zedrik passou uma tarefa para Yuri executar...claro, como companheiros, vocês podem ajudar nisso. Um representante da Universidade Arcana chegou na cidade e está esperando para dar os detalhes. Ficamos tanto tempo conversando aqui, que fica ideal encontra-lo amanhã. Já está caindo a noite. Por enquanto descansem. Eu vou retornar ao Quartel dos cavaleiros sombrios. O necromante estará no prédio da associação mágica ao norte do palácio imperial. Boa sorte a todos.
            Ele então deixa a casa. Todos começam a se espalhar pela nova “base”. Algumas horas depois de comerem, Yuri subiu até seu antigo quarto no segundo andar, retirou seu sobretudo e pendurou na guarda da cama. Observou que um pequeno feixe de luz azul iluminava um pouco o quarto. Ele viu que vinha da janela e então a abriu. Avistava a pequena rua bem vazia e silenciosa e olhando para cima, viu o céu estrelado e uma lua crescente bem iluminada, que espalhava tal luz no local, deixando-o belo. Ele então se manteve na janela por alguns segundos deixando o ar fresco bater no seu corpo, até que ouviu barulho de água caindo. Ele voltou até a porta do quarto e se lembrou que tinha um banheiro do lado esquerdo.
            A porta estava semiaberta e um feixe de luz saia de lá de dentro. Ele se aproximou devagar e lentamente abriu a porta. Avistou uma vela iluminando o local e uma pessoa estava tomando banho no chuveiro. Pelo corpo nu o qual estava avistando, ele logo reconheceu aquela pessoa. Os cabelos estavam soltos e sendo banhados pela água do chuveiro. Tinha um porte meio atlético resultante de treinamento e perícia. Uma leve musculatura nos braços e no tronco, e demais partes levemente definidas e estáveis. Ela abriu seus olhos verdes depois de lavar o rosto com um sabonete e viu ele encostado na porta de braços cruzados olhando serenamente para algo que há muito tempo não via e conhecia bem. Yoshino deu um sorriso e disse:
            -Ah, ai estava você. Que pena, se não tivesse sumido, teria lhe convidado para se banhar comigo. -Ela então fechou a torneira do chuveiro e veio andando.
            Yuri sorriu de volta e disse:
            -Acho que podemos deixar isso para uma ocasião futura, que tal? –Então se aproximou já praticamente se encostando no corpo molhado dela.
            Ela disse ainda sorrindo:
            -Talvez, mas até lá, acho que vamos ter muito trabalho. Vai demorar.
            Yuri respondeu:
            -E quem disse que isso impede de fazermos antes de acabar?- Ele abraça seu corpo molhado, e com um braço puxa uma toalha que estava atrás da porta e enrola envolta do corpo dela, então caminha com ela de volta para o quarto. Dali, ele retorna para a janela e observa o céu, enquanto ela se desenrola da toalha e se senta na cama ainda nua e começa a secar seu cabelo, em seguida, o prende com uma fita, como sempre faz de costume, igual à maioria das assassinas da guilda. Yuri então se vira e olha, abrindo um sorriso, para ela de costas e sentada, observando suas nádegas. Então ele estala o pescoço e se deita na cama, e olha para o teto. A cama não era de casal, mas cabiam os dois ali. Logo, Yoshino se deita ao seu lado com um lençol para cobrir seu corpo. Ela então vira o rosto para ele e pergunta:
            -Está pensando nas coisas que seu irmão contou hoje?
        -Sim...Eu realmente não esperava estar envolvido em algo tão grande. Achei que era simplesmente um monstro solitário destinado a derramar sangue...talvez eu ainda seja, no fim das contas.
            -Eu discordo. Em 3 anos que te conheço, não esperava que arruma-se amigos assim...você realmente mudou muito.
            Ele então vira o rosto para ela e diz:
            -Talvez...ao contrário de você, que não mudou nadinha desde a última vez que te vi.
            Ela dá uma risada e pergunta:
            -Em que sentido você está falando isso?
            -Todos...todos, mesmo.- Respondeu ele. –Mas isso é ótimo pra mim. Não poderia ser diferente.
            Ambos então viram os rostos para o teto.Logo, Yuri diz:
            -Acho que de certa forma, o que mudei foi bem parecido ao meu pai. De cavaleiro “sanguinário” à pai de família e imperador.
            Então Yoshino pergunta:
            -Por falar nisso, e quanto ao trono? Seu irmão mais velho não pretende assumir, então cabe a você ou ao Ryoji...
            -Eu realmente não sei. Nunca vivi minha vida pra ter que pensar em me tornar um governante. É bem complicado mesmo...
            -Então pretende deixar ele assumir?
            -Talvez...Ele me parece muito bem “politizado” quanto à esse império, ele deve conhecer tudo daqui. Eu acabei de chegar.
            -Bem, como vamos trabalhar por aqui, talvez você também passe a conhecer...
            -Verdade...-Ele ficou em silêncio por alguns minutos, de repente virou para ela e disse:
            -Ei Yoshino...
            -O que foi? –Perguntou ela virando o rosto para ele.
            Ele rapidamente pulou encima dela e começou a bagunçar os lençóis que forravam seu corpo. A cama fez muito barulho durante a noite, mas todo o resto estava dormindo no porão onde tinha camas, então tudo passou despercebido.
22 de abril 7:00 3E 145
Mesmo Local
            Yuri tinha deixado a janela do quarto aberta, então os raios de sol batiam diretamente no seu corpo que estava nu. Ele estava com o braço atravessando o rosto e tapando seus olhos. Logo o moveu, e olhou para o lado. Yoshino já não estava ali. Ele então pensou: ’Deve estar explorando a cidade. Ela realmente não mudou nada’. Ele deu um sorriso e em um movimento rápido puxou suas calças e as vestiu levantando da cama, amarrando sua faixa vermelha na cintura onde prende a adaga. Vestiu as luvas onde mantém as lâminas escondidas e por último e mais importante, vestiu seu sobretudo de ceifeiro. Ele se sentiu determinado quando se lembrou de seu significado agora.
            Quando deixou o quarto, sentiu um cheiro esquisito, entrou no banheiro, e viu a privada com a tampa levantada e fezes no interior. ’Alguém não deu descarga...’Pensou ele, então apertou o botão, mas logo viu que não funcionava. Ele então fechou a tampa e a porta e pensou: ’Isso vai ser a primeira coisa que vamos consertar nessa casa.’ Então desceu as escadas e foi até o porão onde estavam todos reunidos. Neloph estava sentado diante de uma mesa lendo alguns papéis que contavam sobre as coisas na cidade. Arthos estava observando os mapas o qual encontrou e os colou na parede para melhor visão. Tinha um mapa da cidade imperial, com um círculo vermelho em um ponto, que era onde eles iriam encontrar o necromante o qual Zedrik enviou. Do lado desse mapa tinha um outro, mas era o mapa do Império, com as escalas e divisões entre as províncias e suas capitais. Jenny estava limpando sua espada, Rose estava criando e experimentando poções em uma mesa o qual ela espalhou suas coisas, para deixa-la como uma mesa de alquimia. Hissen estava encostado numa parede, de braços cruzados e olhos fechados, fumando um cigarro.
            Yuri então disse determinado:
            -Bora! Hora de ir, porra!
            Neloph então disse:
            -Er...não vai tomar café?
            Yuri respondeu:
            -Hein? Não...Eu não sinto fome, afinal sou um demônio, oras. –Então ele começou a rir.
            Hissen saiu andando pra perto dele, então jogou o cigarro fora, e disse:
            -Tá bem humorado hoje, hein, amigo? Faz anos que não te via assim...
            Yuri então respondeu já um pouco sério:
            -Bem, tem coisas também que não ocorriam há anos, sabe? Enfim, me sinto mais revigorado sabendo quem sou eu hoje. Então conto com vocês para o que vier a seguir, e podem contar comigo também com o que precisarem...
            Hissen então disse:
            -Fechou, parceiro. Vamos formar essa guilda, a ordem dos ceifeiros,então vamos chutar os traseiros daquele imperador e daquele sicário de merda.
            Jenny então perguntou:
            -E depois disso?
            Yuri então respondeu:
            -Como assim “e depois?” Uma guilda não serve só pra chutar traseiros. Depois que isso acabar, a gente vê o que iremos fazer. Vamos pensar primeiro no objetivo de agora.
            Yoshino apareceu de forma silenciosa atrás dele e disse:
            -Ah, eu já encontrei o local que precisamos ir...
            Yuri então disse de forma determinada em tentar esconder o susto que levou:
            -Maravilha! Vamos então, pessoal?
            Rose guardou alguma poções na sua bolsa, onde também estava seu Homúnculo, dormindo. Arthos equipou o escudo nas costas, pegou um rosário, fez um sinal da cruz e o colocou no pescoço. Jenny ajeitou o cinto o qual estava sua bainha então embainhou sua espada. Neloph e Hissen já estavam esperando ao lado deles.Então se aproximaram de Yuri sorrindo. Rose então disse:
            -Vamos!
            Yoshino então saiu na frente seguida deles, para guia-los para o que seria a primeira missão dentro do império.
 
Fim do capítulo VI
 
Dados dos personagens:
Yuri
Idade:48 anos (aparência de 25)
Nacionalidade: Cirod, Cidade Imperial
Classe: Ceifeiro
Aparência: Olhos azuis-claros, cabelo moreno médio, pele muito branca, magro, altura média, usa um sobretudo aberto, branco, misturado a uma calça de assassino por baixo e botas. Esconde sua arma embaixo do sobretudo.
Hissen
Idade:23 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Morroc
Classe: Algoz
Aparência: Olhos vermelhos, cabelo branco curto, pele neutra, magro, altura média, usa um manto negro com placas de ossos como armadura. Mantém um par de katares em seus braços e adagas na cintura.
 
Yoshino
Idade:20 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Prontera
Classe: Algoz
Aparência: cabelo azul escuro e longo, amarrados como um rabo de cavalo, olhos verdes. Usa a vestimenta de algoz e duas katares negras como sua arma.
Neloph
Idade: 26 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Geffen
Classe: Arquimago
Aparência: Olhos verdes, cabelo moreno médio, pele neutra, altura média, usa vestimentas de arquimago, carrega um bastão dourado com um dragão dourado na ponta.
Rose
Idade: 22 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Alberta
Classe: Criadora
Aparência: Olhos castanhos, Cabelo longo e castanho, altura menor, usa vestimentas de criador(a), carrega uma bolsa e um carrinho com seu arsenal de poções e itens.
Jenny
Idade: 25 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Izlude
Classe: Cavaleira
Aparência: Olhos castanhos, cabelo azul-claro e longo, utiliza a vestimenta de cavaleira e uma espada de duas mãos.
Arthos
Idade: 27 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Prontera
Classe: Templário
Aparência: Olhos castanhos, cabelo curto e verde, utiliza vestimentas de um templário, carrega uma espada média e um escudo grande.
Ryoji
Idade: 45 anos (aparência de 25)
Nacionalidade: Cirod, Cidade Imperial
Classe: Cavaleiro Negro
Aparência: Cabelo moreno curto, jogado para trás, pele branca, olhos azuis-claros. Veste uma armadura negra, parecida com a de um cavaleiro rúnico, mas com detalhes diferentes, como a capa sendo azul e vários símbolos gravados na armadura. Usa uma gigantesca espada o qual carrega nas costas.
Zedrik
Idade: 51 anos (aparência de 25)
Nacionalidade: Cirod, Cidade Imperial
Classe: Necromante
Aparência: Cabelo moreno longo, que tapa seu olho direito e é preso por uma fita na ponta de trás. Pele branca e um olho azul-claro. Veste um manto preto azulado, com faixas brancas e caveiras nos ombros. Não se sabe que arma usa pois foi visto sem arma nenhuma. Talvez não use nada.
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